30/04/2007

Imoralidades que só a alma tem

A correspondente carioca-paulista-paulista-carioca foi ao teatro na sexta. Ver a peça Alma Imoral. Ainda não há previsão de ida à São Paulo, e por enquanto quem quiser pode curtir a leitura do livro de mesmo nome, do rabino Nilton Bonder. A peça é fantástica, simples, tocante. Saí com nó na garganta e um monte de pensamentos na cabeça. Aborda questões que estão sempre na minha cabeça: a junção de religiões, a busca constante do bem- estar e da felicidade. Que é o que eu mais gosto e prezo.

A protagonista fica a maior parte da peça nua, e o que parecia o mais chocante foi o mais óbvio. Ela afirma que as nossas imoralidades não estão no corpo, mas sim na alma. É de lá que todos os pensamentos, morais ou imorais - quem somos nós para julgá-los? - residem. E no nosso corpo, nele sim está a nossa parte mais pura e moral. Assim, por que ver uma pessoa nua deve ser considerado imoral? Bem, essa é só uma amostra grátis da peça. Tem que ir lá e conferir. De quinta a domingo no Teatro Leblon. Bem, há ponte aérea em promoção!

Pico do Bico do Papagaio

Ter bom condicionamento físico na Ilha Grande é conseguir escalar o Pico ou Bico (nunca sei o verdadeiro nome) do Papagaio. É uma montanha alta-alta-alta, com uma trilha íngrime-íngrime-íngrime. A vista de lá de cima deve ser linda, mas daqui de baixo não deixa nada a desejar. Essa foto combina com o clima de hoje, cinzento, turvo, duvidoso... Mas depois vem o sol, sempre vem! A foto é minha também! Modeste a parte, bem da bonita!

Assim é o Rio de Janeiro! Visto lá de cima...




Fotos: Fernanda Vio

25/04/2007

Post 400


Lembro que o nosso post 100 trazia a informação de que seria lançado neste ano o primeiro longa metragem dos Simpsons. Esta matéria, do Estadão, confirma e diz que neste ano vai ao ar o episódio 400 da série e que, além do cinema, será lançado um parque temático da família nos EUA. Vida longa aos Simpsons!

Literatura do prazer

São raros os escritores que combinam ótimo estilo com ótimo conteúdo. São inúmeros os grandes autores que se destacam em apenas um desses critérios. Garcia Márquez, por exemplo, aborda temas de maneira fantástica, mas com elaboração textual relativamente simples. Clarice Lispector já tem na sua linguagem a maior virtude. Mas tive contato há pouco tempo com textos primorosos da literatura contemporânea brasileira que me surpreenderam por forma e conteúdo no livro “A máquina de ser”, de João Gilberto Noll. São textos primorosos, costurados de forma única, que apresentam ao leitor aquelas situações ligeiramente à margem do cotidiano, por exemplo, uma tentativa de suicídio combinada à um amora à primeira vista, uma ressaca pós-reveillon que transforma vidas e um relacionamento amoroso do qual se infere ter sido gerado o “filho do Homem”. Quem já conhece e curte o Noll, indico uma longa entrevista sua para a Entrelivros, no qual ele destaca principalmente o cuidado com o qual constrói seus textos e o valor que confere à arquitetura dos seus livros. A revista é antiga, mas eu tenho para quem quiser. Neste link, achei um dos bons contos do livro.

Literatura do medo

Meu post é sobre livros que dão medo. Livros que não são de terror, mas que a gente tem medo enquando lê e ao mesmo tempo tem pesadelos quando não os está lendo. Isto aconteceu comigo duas vezes, uma das vezes foi ao ler o Batismo de Sangue (Frei Betto) – a descrição das torturas é algo sofrível – e a outra com o Abusado (Caco Barcelos). Neste último, estava de férias na Bahia e sonhava que traficantes me perseguiam por todos os lados. Dizem que esse é um bom livro, aquele que te prende, mesmo quando você não está lendo. Pena que a temática deles seja a violência e toda a sua impunidade. De qualquer maneira, boas literaturas.

Aproveitando: Marido-dan já falou aqui sobre o filme Batismo de Sangue. Vi ontem, um belo filme, que tem com sua melhor cena a missa realizada dentro do DOPS. Vejam.

24/04/2007

A Ilha é Grande


Viagem = fotografia = arte = lazer

Se nunca foi à Ilha Grande, vá.

Um lugar que nunca/sempre muda e é mágico. Lugar de observar a natureza, pensar na vida. Ver que existem maneiras alternativas de se viver e ser feliz. E dançar um forró, afinal, música é cultura.

Tira o dente


Viagem = fotografia = cultura

O tour da esposa é complexo e tem até viagens dentro de viagens. Por dois dias fui correspondente do blog lá de Minas, na cidade de Tiradentes. Que cidadezinha bacana. Uma tranquilidade, ruas charmosas, muita história e gente simpática. Não tive tempo de comprar artesanatos, mas comprei uma pinga da região de Salinas, da boa... À tomar... Essa foto foi tirada por ela mesma do alto da Igreja de Santo Antônio, que tem 482 quilos de ouro... Caraca...

À esposa distante

Roberto Carlos

Tanto tempo longe de você
Quero ao menos lhe falar
A distância não vai impedir
Meu amor de lhe encontrar

Cartas já não adiantam mais
Quero ouvir a sua voz
Vou telefonar dizendo
Que eu estou quase morrendo
De saudades de você

Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Eu não sei por quanto tempo eu
Tenho ainda que esperar
Quantas vezes eu até chorei
Pois não pude suportar

Para mim não adianta
Tanta coisa sem voce
E então me desespero
Por favor meu bem eu quero
Sem demora lhe falar

Eu te amo, eu te amo, eu te amo

Mas o dia que eu puder lhe encontrar
Eu quero contar
O quanto sofri por todo este tempo
Que eu quis lhe falar

Hoje o samba saiu, lalalaiá

A Lapa é conhecidamente o bairro boêmio do Rio de Janeiro. Semana passada a paulista-carioca deu um pulo lá. Fui ao Café Cultural Sacrilégio assistir ao show "Samba Buarque de Holanda". Foi muito bom, um grupo com 6 músicos e tudo que um bom samba tem que ter. Se estiver por aqui, vai lá. Todos os dias tem show, um mais bacana que o outro.

FRIKS


Realizado pela Oficina dos Menestréis (no teatro dias gomes) foi a bola da vez no último fds. A peça explora sensações como: medo, alegria, loucura, tristeza, solidão... adicionado uma banda ao vivo. Acho que o próximo fds será o último, mas outras peças etarão em cartaz..só entrar no link oficinadosmenestreis

No cinema, o óbvio é surpreendente.


Por Bruno Vio

Pecados íntimos, dirigido por Todd Field (Entre Quatro Paredes) e com Kate Winslet e Jennifer Connelly no elenco, surpreende exatamente pela obviedade. Na física, a lei da inércia diz que um corpo em movimento irá permanecer em movimento até que algo ou alguém aplique uma força contrária. Tudo que deve acontecer, vai acontecer - a não ser que algo ocorra.
No cinema o "algo" sempre ocorre. São as reviravoltas, os encontros, coincidências e acasos que impedem que a lei da inércia seja soberana. E é nesse ponto que o cinema se distância da vida real. A vida é mais obvia do que parece. Tudo que deve acontecer, costuma acontecer.

Em pecados íntimos, o ponto alto é a caracterização das personagens. A construção do roteiro possibilita que cada um exponha abertamente seu passado, suas frustrações e limites. Durante o dia eles são jovens pais perfeitos, dedicando-se ao sucesso dos filhos. À noite recorrem a pornografia na internet e casos extra-conjugais.

Até aí, muitos filmes fazem o mesmo. A diferença, é que neste filme a lei da inércia é respeitada. O final do filme é surpreendentemente obvio.
Personagens não se libertam dos limites que as circunstâncias do passado determinam. O roteiro, assim com a vida é justo e cruel. Nada ocorre, nada muda.
Pessimista? Acredito que não. O filme é realista. Um manifesto contra o movimento auto-ajuda. O filme deixa claro que intenções não são suficientes para acabar com a lei da inércia.

23/04/2007

Abjeto, mas necessário

O Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, é perturbador. Um filme que me fez ter pesadelos pela violência explícita. Mostra a situação de quatro frades dominicanos - entre eles o autor do livro homônimo Frei Betto - que decidem apoiar a ALN durante a ditadura. Eles são perseguidos, espancados, torturados, presos. O filme não poupa nem minimiza os fatos abjetos, mas com sentido. Interessante que, depois de ver tantas coisas, em um depoimento do Frei Tito (Caio Blat, na foto) o juiz pede para que os autos ignorem sua descrição das torturas, dizendo que "certas coisas todos sabem que acontecem, mas não precisam ser ditas". É uma resposta do diretor e do autor aos que tentam omitir fatos que existiram nos porões da ditadura. E é por isso que o filme é tão descritivo, para que se saiba o que ocorreu e que ninguém pense que isso possa acontecer de novo um dia. Apesar do tema recorrente, a ditadura, o filme traz elementos novos de o que foi a repressão, como a convivência dos presos políticos nas prisões e a relação questionável entre a Igreja e os militares.

20/04/2007

Fragmentos


Exposição que começa domingo na Galeria Bergamin, com muitas fotos conceituais boas, como as de José Yalenti e Gaspar Gasparian, abaixo



E Rubens Teixeira Scavone

19/04/2007

Oldboy vs. Badboy

Se a arte não exercesse influência sobre as pessoas, este blog perderia sua principal razão de ser. Mas sempre tenho dificuldades em engolir relações que se faz entre fatos marcantes e alguma manifestação artística. Uma tese do momento relaciona o atirador coreano que matou 32 nos EUA ao também coreano filme "Oldboy". Acredito que a arte é antes conseqüência do que causa dos atos da sociedade. Amores, intrigas e traições não foram criadas por Shakespeare, por exemplo, mas retratadas apenas de modo primoroso e universal por ele. Uma atitude psicopata não tem relação com um filme apenas, mas - além da doença em si - com um ambiente cultural composto por relacionamentos que extrapolam a manifestação artística. A própria fúria incontrolável do protagonista do filme mostra que atitude desse tipo só decorrem de experiências extremas e mentes insanas. Quem já foi aos EUA fora das grande metrópoles e viu o cotidiano de algumas pessoas deve entender melhor o que digo.

Obs relevantíssima: Para quem curte pancadaria e Tarantino, o filme é ótimo. A cena do martelo é uma das mais inovadoras e tensas que vi em filmes de porrada nos últimos tempos.

O papel da arte...


Como um designer vou deixar uma referência interessante, www.petercallesen.com. Apenas a simples arte de explorar com criativdade um pedaço de papel.

18/04/2007

O calçadão













Todo mundo que vem pro Rio quer ver artista. Umas amigas fizeram inclusive uma lista de todos os famosos que conheceram. Eu também entrei nessa, e tenho visto tanta gente bacana. Hoje mesmo rolou Nelson Motta, Danuza Leão, Ruy Castro e Zé Ramalho. E sabe o que foi o mais legal? Na hora que o Zé Ramalho o meu rádiozinho de pilha tocava uma música dele: “Admirável Gado Novo”. Curioso, não?

É...

A pauta ainda é violência.
É violento pensar que no meu dia-a-dia paulistano, esse tema fica adormecido, faço vista grossa, troco um ato de violência por uma boa música no rádio. Isso é um crime. Eu sei.
Aqui no Rio, estou com o olhar atento a diversos aspectos da cidade, inclusive esse. E vi que aqui, mais do que em São Paulo, as pessoas começam a se privar de certas atividades por medo. Domingo vivi isso, na pele, o taxista não gostou muito de me levar aonde eu tinha que ir, disse que o filho de um amigo dele tinha morrido de bala perdida por ali. É...

Refuse | Resist

O que acontece?
Um louco mata desesperadamente o maior número de pessoas nos EUA... Rio de Janeiro em guerra...



Refuse | Resist
Sepultura


Chaos A.D.
Tanks On The Streets
Confronting Police
Bleeding The Plebs
Raging Crowd
Burning Cars
Bloodshed Starts
Who'll Be Alive?!

Chaos A.D.
Army In Siege
Total Alarm
I'm Sick Of This
Inside The State
War Is Created
No Man's Land
What Is This Shit?!


Refuse/Resist
Refuse

Chaos A.D.
Disorder Unleashed
Starting To Burn
Starting To Lynch
Silence Means Death
Stand On Your Feet
Inner Fear
Your Worst Enemy

Refuse/Resist

17/04/2007

Cheiro do cinema

Por Patty Ewald

Fui assistir no fim de semana passado a "O Cheiro do Ralo", filme de Heitor Dhália que tem como protagonista (além de uma bunda, sim, uma bunda) o ator Selton Mello. Ele interpreta um comprador de velharias, procurado sempre por quem precisa de dinheiro – aliás uma das riquezas do filme está justamente nos diferentes personagens que chegam no seu depósito (e eu conhecia um dos atores!).
Não há muita preocupação do diretor em te fazer gostar do tal Lourenço (Selton Mello). Um rapaz que ostenta uma franqueza áspera, que se aproveita das necessidades de quem o procura para satisfazer as suas próprias, uma delas o seu estranho ego. São dois fatos principais que criam o enredo; a fixação dele pela atendente de um boteco, ou melhor, por sua grande bunda, e o cheiro do ralo do seu banheiro.
Ao assistir o filme é possível divagar em diversas questões e sub-textos (parafraseando o grande Ju) sobre o homem em si, a obsessão, o poder e o que a solidão pode lhe causar, mas também é possível assisti-lo como simplesmente “uma história de um cara grotesco” – bem grotesco. Como diria meu colega de faculdade, “é um filme brasileiro que não tem cara de brasileiro, pois escapa do clichê de sempre falar do Brasil, mas traz um personagem que poderia estar em qualquer lugar”. De fato, pessoas mesquinhas têm para todo o canto.
A atuação geral esta ótima, inclusive Selton, que neste filme se superou, mesmo que por horas ainda caia na insistente tentação de ser ele mesmo.

NOVA Experiência com TV no PC


Esta é fresquíssima. O site Jalipo, novo conceito de TV no computador, foi lançado hoje (segunda) e já foi testado pelo VTZ. Diferentemente do youtube, este é pago, mas pretende ter um conteúdo mais profissional e exclusivo. Aliás, é bem caro para os bolsos tupiniquins. Um documentário que me interessou, por exemplo, tava saindo por US$ 8,76 na banda 250 (não entendo direito isso, mas vi que a imagem é pior). A banda maior, de 1000, pelo outro lado, dava umas engasgadas no meu computador. A de 500 dava para ver normal, mas o vídeo ainda ficava com a definição de foto de celular. Conforme aumenta a banda, aumenta o preço do vídeo. Um outro filme sobre o chorinho brasileiro não saía por menos de US$ 9,19, sendo que é impossível saber o diretor previamente.
Fazendo o cadastro lá no site você ganha o equivalente a US$ 1, que não te permite ver muita coisa. Mas tem um filminho bacana lá promocional do 14o. Raindance film festival, que é de graça e dá para sentir legal o sistema.
"Isso não é voltado para o conteúdo gerado por usuários. Se você quiser nos definir, eu diria que estamos na outra ponta do mercado em relação ao YouTube. Este site tem direitos autorais protegidos, tem veiculação restrita e gera receita a cada minuto.", disseram os caras à Reuters. Acho que vão ter de investir em um conteúdo bem exclusivo mesmo para fazer o cara procurá-los antes do youtube e ainda fazer esse cara comprar algo. Coisa bacana de lá é que parece que vão veicular também TV ao vivo. Se for assim, o formato parece muito melhor do que o do Sopcast, do qual falei anteriormente.
Coisa intrigante que ocorreu foi o meu cadastro ter rolado normalmente apenas pelo email do gmail e não no do hotmail, mas posso ter feito alguma merda também.

16/04/2007

Curiosidade!


É um disco rigido de 5MB de 1956....
Em Setembro de 1956 a IBM lançou o 305 RAMAC, o primeiro Computador com Hard Disk (HDD)
O HDD pesava perto de 1 Tonelada e tinha a capacidade de 5Mb. Faz-nos apreciar melhor a nossa PEN Drive de 4 GB, ou melhor ainda, os Ipods que além de arquivos, podemos apreciar e ouvir músicas por dias sem precisar atualizar...

O ser humano brilha


Por mais nobre que seja a missão, ser humano é sempre ser humano, com todas as pequenezas. Medo, inveja, cobiça, egoísmo e a parte boa – determinação, altruísmo, amor... veja o filme e entenda. Sunshine.


Família


A família Coppola tem chamado minha atenção. O filho do pai, Romam, dirige ótimos clipes de uma das minhas bandas favoritas, Air. A filha que já tinha 2 ótimos filmes no CV – Virgens Suicidas e Lost in Translation – fez o Maria Antonieta. O filme ganhou Oscar de melhor figurino e eu ainda não tinha visto. Que desperdício. O filme é excelente! Animou minha tarde de domingo. Conta a história da nobre austríaca que casou com um francês e virou rainha da França. E o filme conta o cotidiano, o dia-a-dia, os hábitos e costumes reais, mas de uma maneira irônica, bem abordada. Mas esse nem é o tchan do filme. O tchan tchan tchan é a trilha sonora. Um filme de época com trilha pop. Isso é sensacional. E na medida certa. Ver a Rainha da França dançando Strokes não tem preço... Ou tem R$ 8,50 com carteirinha. E como os relatos são cariocas, conto: fui em um cinema que é na rua da praia. Assim, sai da praia, e com canga e chinelo fui ao cinema... E o curioso: tava todo mundo de biquíni! É, existem cinemas e cinemas....

Cinema (quase) mudo


"É difícil dizer se o mundo em que vivemos é uma realidade ou um sonho."
Epílogo do ótimo filme "Casa Vazia", do sul-coreano Kim-Ki Duk, em que nada se diz e muita coisa não se vê.

15/04/2007

Punkadão!


Podem falar que é curtição de adolescente, que é som para bater cabeça ou que não vale o ingresso, mas a ala masculina foi, viu e curtiu o show do Bad Religion. Do começo, com "American Jesus", até o fim, o show foi uma seqüência de som pesado com outros mais pesados ainda. O palco pelado, apenas com os instrumentos e algumas caixas, completava a impressão de uma banda de garagem que, por um bom motivo, faz sucesso há décadas - ok, desde nossa adolescência mesmo.
O show fechou com chave-de-ouro a semana-engajada, com o vocalista Greg Graffin entoando mantras como: "Brasileiros, não se curvem a Bush" e "Não deixem que ele transforme a floresta amazônica em uma grande plantação de soja". A declaração, diferentemente do Aerosmith, não soa oportunista por partir do Bad Religion, uma banda com longa história de engajamento social nos seus mais de 20 anos de história
O novo CD, "The Empire Strikes First", como o nome indica, é carregado de conteúdo político antiBush. Mas, debates sobre críticas políticas à parte, os caras da Califórnia continuam mandando bem. Ouça aqui, "Let them eat war", do novo CD para tirar a prova. Fê, clica aí também e vê o que perdeu desta vez!

13/04/2007

Empreendendorismo praiano

Quem nunca sentou em uma areia carioca nem imagina o que há além do céu e mar. A praia aqui é um acontecimento, além de ser berço de músicas, local de exibição de corpo e todos aqueles clichês que a gente já conhece, ir a praia é conhecer o verdadeiro empreendendorismo praiano. Vendedores ambulantes com comunicação agressiva – bixxxcoito Globo, Xkol gelada R$ 2, chá mate leãoooooooo – vendem seus produtos das mais diferentes maneiras. São slogans criados ali mesmo na praia e sabe que eles, apesar de bem barulhentos, divertem. Outra coisa muito legal é a comunicação visual. Na frente da minha “casa temporária” tem um quiosque que tem um super banner, daqueles impressos em material caro, com o cardápio do local – muita cerveja, água de côco, sanduíche natural e cadeiras e barracas. Por que não? Aqui nessa terra faz um sol danado, só com esses acessórios para agüentar tamanha força solar. Viva o empreendendorismo praiano! Bom final de semana, maridos e leitores desse querido blog!

Se tem mais?

É claro que sim!
Sábado a ala masculina irá bater cabeça ao som de....

Uma combinação conveniente

O Aerosmith de ontem realmente não empolgou. As baladinhas comerciais tomaram conta e até "walk this way", no bis, pareceu som chá com pão. Portanto, o show não merece tantas linhas...
O único momento mais interessante foi levar às imagens do telão no início de "Living on the edge" trechos do documentário "Uma verdade inconveniente", do Al Gore. Para quem não viu, o filme é uma excelente imagem das causas e conseqüências do aquecimento global de que tanto se fala ultimamente. Apesar de em muitos momentos parecer propaganda política do ex-candidato à presidência dos EUA e ex-vice do Clinton, o filme, além de informar, dá dicas e motiva cada espectador a tomar atitudes perante a situação. Apesar de o Aerosmith ter assumido a bandeira também, perante a atual situação da banda de deixar o hard rock para assumir seu lado comercial, fica no ar a dúvida: será que os caras não combinaram uma letra conveniente com um tema que está na boca de todos para parecerem engajados?

Como foi?


O show do Velvet Revolver + Aerosmith realizado ontem no morumbi como diria um amigo meu, foi honesto. Na verdade o Velvet foi uma boa surpresa, pois era como assistir um show próximo do Stone Temple Pilots, sendo o melhor momento do show quando tocaram Crackerman (STP). Já Aerosmith, banda que conseguiu levar em plena quinta-feira um número considerável de moças que normalmente frequentam Itaim ou Vl. Olimpia, foi bem bom. Começaram com velharias boas, depois um momento menina com as clássicas chá com pão e depois uns blues (que foram excelentes).
Fotos do uol.
Sem mais, pois é sexta. Não é dia pra falar e sim beber. Zé, desce.

12/04/2007

Trainspotting II!!


Um dos filmes mais marcantes de nossa geração, para mim, está prestes a ganhar uma seqüência, com o mesmo diretor, Danny Boyle, e praticamente os mesmos atores. A continuação é do livro Porno, escrito pelo mesmo autor do Trainspotting.

11/04/2007

Esquenta 02!

Prefiro ver Aerosmith não como uma banda comercial, mas como uma banda que gosta de um bom BLUES. Vamos ver o que rola amanhã.

Esquenta 01!

Tocam amanhã a osmose "Stone Temple Pilots + Guns"

Sol


Em São Paulo a gente vive sem olhar pro céu, sem respirar muito, com medo de morrer intoxicado... Aqui no Rio, os cariocas são diferentes, quase estranhos, para nós urbanóides... Eles não fazem ginástica na academia, mas na praia, os bebês não ficam nos playgrounds, mas na praia, os senhores não lêem o jornal na sala, mas na praia, as pessoas não resolvem os problema por celular vendo tv, mas na praia e as atletas estão por todas as partes... É tão natural e saudável que parece até estraaaaaanho... Essa foi uma das cenas da manhã.

10/04/2007

Irado!

Esporte também é cultura. No domingo, o nadador esloveno Martin Strel, terminou a travessia de todo o Rio Amazonas. Saldo da aventura – 11 quilos a menos e falta de sensibilidade nas pernas. Como nadadora que sou, paguei um pau. O cara tem 66 anos e taí, com todas braçadas... A trilha sonora do post poderia ser: “Foi um rio que passou em minha vida”, no melhor estilo Paulinho da Viola.


Ah, a partir de hoje, esposa-fê-vio é a correspondente carioca desde querido e alcoólico blog.

09/04/2007

Nova cena britânica

Já ouviu The Superkings? E Hungover Stuntmen? Que tal Riverstate? Esses e muitos outros "novos grandes artistas britânicos" têm release disponível em português e músicas para download grátis. Ilegal? Não! Quem torna isso disponível é o site do próprio conselho britânico. O hotsite do British Council foi lançado hoje mesmo. Segundo o release, lá tem informações também sobre os grandes clássicos da terra do rock, separados por cidades: Londres (Rolling Stones, Pink Floyd, Queen, Jamiroquai); Liverpool (Beatles, Elvis Costello, Echo and the Bunnymen); Manchester (Bee Gees, The Smiths, Oasis, New Order); Glasgow (Simple Minds, Franz Ferdinand, Mogwai); Cardiff (Tom Jones, Music Street Preachers). Aproveita e participa do concurso lá que dá uma viagem para a Grã-Bretanha.

08/04/2007

The Clock


A banda dos nossos grandes irmãos acaba de criar o seu lugar no My Space. Clicando aqui você pode conhecer algumas das músicas do The Clock. Som pop bom dos grandes Ju, Gui e Davi. Tem um release lá no MySpace também. Baixem e compartilhem!

04/04/2007

Calma lá

Excentricidade tem limite. A pessoa falar que cheirou as cinzas do pai com cocaína é um pouco demais... Keith Richards, calma lá. A assessora desmente, mas sabe como são esses assessores...

03/04/2007

É de tirar a "Cartola"

O marido-dan descreveu de maneira linda o documentário. É isso mesmo. Sou suspeita. Amo Cartola e agora que conheço toda a história, amo mais ainda. Admiro quem vive a vida de maneira tão ímpar e tão feliz.



Uma das partes mais bacanas do documentário é o romance dele com Dona Zica. Os dois se reencontraram na meia idade e foram felizes, viveram o companheirismo, que dizem ser a receita do amor verdadeiro. Ela aceitava a boemia dele e curtia com ele, e sorria, talvez motivada pela música "A Sorrir". Pra ilustrar tudo isso, uma fotinho do casal, e a letra linda da música "Tive Sim". Ainda em tempo: Cartola tinha o dom de falar tão bem do amor e de forma tão simples... Inveja!

Tive sim

Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar

A sorrir eu pretendo levar a vida


Impressionante! É a melhor definição para o documentário Cartola, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O filme é tão impressionante quanto descobrir que o samba que dá nome a este texto foi criado em apenas 40 minutos. É um deleite para qualquer apreciador de boa música, até para aqueles que torcem o nariz para o samba. A produção do filme e o roteiro seguem a cartilha dos documentários à risca, com muitos momentos emocionantes, informações a rodo e entrevistas com personalidades históricas do samba carioca – para citar alguns, Nelson Sargento, Moreira da Silva, Zé Ketti. O documentário foi montado ao longo de 10 anos, o que faz com que muitas das entrevistas inéditas tenham sido feitas com pessoas já falecidas, como os acima citados. Mas são outros dois os maiores destaques do filme. O primeiro é poder conhecer melhor a personalidade desta grande figura da música mundial. Conhece-se, por exemplo, o fato de ele nunca ter tido nenhum filho, mas inúmeros afilhados, que – com seus amigos – dilapidaram toda a grana que recebeu com a venda de discos no fim da vida. O outro destaque é o fato de o filme apresentar os grandes clássicos de Angenor de Oliveira – seu nome de batismo – na íntegra. Há versões de Nara Leão, Eliseth Cardoso, Altemar Dutra e muitas músicas cantadas pelo próprio Cartola, em momentos de pura emoção. O grande momento do filme é ele tocando “O mundo é um moinho” ao lado de seu pai, que arrancou aplausos da platéia na pré-estréia do filme, ontem. Particularmente, apreciei o documentário porque, apesar de tratar do grande mestre do samba carioca, coloca-o como uma figura universalmente importante para a música. O filme não se atém às particularidades do morro da Mangueira, por exemplo. Não particulariza a história. De forma similar – obviamente guardadas as proporções quanto ao ambiente – poderia ser rodado um documentário similar sobre qualquer mito do jazz. É algo que Win Wenders também conseguiu fazer no Buena Vista Social Club, ou seja, retratar o local, sem perder o foco global e a relevância mundial dos artistas retratados. As únicas cenas desnecessárias, a meu ver, foram aquelas com um menino que representava-o na sua infância – por sinal, o único ator no filme. À parte de toda a perfeição técnica – que faz o documentário do Vinicius parecer trabalho de conclusão de faculdade –, Cartola prima pela emoção a cada nota, acorde e música. Um filme eterno, sobre um artista também eterno.

02/04/2007

Ilustrando a felicidade

por fvio (novamente)

Tempos atrás postei a letra da música Don't worry, be happy. Agora vêm as imagens... Let's be happy this week!

Sobre covers

por fvio

Esse foi um final semana dedicado a banda covers. Na sexta foi o Pearl Jam e ontem classic rock dos bons. Admiro muito quem resolve ser a replica de outros artistas e se conforma em viver da criação dos outros, e uma dose alta de altruismo. E bandas covers que se prezam não copiam só o som, mas copiam a maneira de se portar dentro e fora dos palcos. Uma doideira... Qual não foi a minha surpresa ao fuçar no youtube e descobrir que já existem 2 bandas covers do Arcade Fire! A primeira cantada por um oriental e a segunda por um que queria ser o David Bowie. Dá uma olhada. E para melhor comparar posto tambémm o original como ele é - No Cars Go, ao vivo de Portugal.


The fate of mankind

Na pista da balada...

H: O que você está achando deste bar?
M: Berlim puro!
H: Gosta de rock?
M: Curto o inglês!
H: E de cinema?
M: Adoro o francês!
H: Tem algum sonho?
M: Amsterdã.
H: E a modernidade da urbanidade?
M: New York na veia.
H: Aliás, de onde você é?
M: Daqui do Jabaquara mesmo!



Diálogo tirado de tira do livro "Os broncos também amam", do Angeli. Uma ótima compilação de seus trabalhos nos anos 80. Acaba de ser lançado em nova edição pela L&PM Pocket. Este é um daqueles bons livros para se ler numa sentada no banheiro.

01/04/2007

Queimando o CD

O Estadão de sábado saiu com a matéria "CDs e lojas de CDs: morte anunciada" (o link aqui, só para assinantes). A partir da queda de 25% nas vendas de CDs nos últimos seis anos, o jornalista Sergio Augusto prenuncia o fim do CD, como já ocorreu com o vinil, o K7 e tantas outras mídias que não deram certo, como o MD e o laser disc. O antagonista do CD é a internet, meio que ele descreve como mais democrático na distribuição de música e, até agora, aparentemente definitivo. Alguns comentários sobre questões abordadas (todos abertos a discussão):

- É justo vender música avulsa, sem negociar o álbum todo? Em alguns casos, acho válido e até recomendável. Se isso não fosse possível, o que seriam das coletâneas? Concordo que em alguns casos, como óperas, ou em CDs que contam uma história, como o Dark Side of the Moon ou Ziggy Stardust, perde-se muito ao deixar de lado a seqüência. Mas, muitas vezes se evita a "gordura" em um CD, que são as músicas que a gente sempre pula. Segundo a matéria, Radiohead, Mettalica e Red Hot não permitem a venda avulsa de suas músicas na internet. No entanto, acho que mesmo esses caras devem ganhar muito mais com a venda de seus hits do que com a distribuição de seus álbuns. Para quem ouve, a liberdade de se montar um set list próprio permite criar uma história particular por vezes muito mais significativa do que a ordem do CD.


- A internet sobrepõe o CD apenas por conta do preço do CD? É fator relevante. Nada desprezível. Mas a possibilidade de se montar um disco personalizado, acredito eu, é o item de maior vantagem da internet. Outro é a possibilidade de se montar um set sem fim de músicas em apenas um CD com mp3, enquanto o CD comercial ainda é restrito ao seus 15, 20 sons - com raríssimas exceções.


- A internet derrubou a ditadura das gravadoras.: São cada vez mais freqüentes os exemplos de bandas que despontaram por conta da internet, como o Arctic Monkeys (que, aliás, alguém já tinha visto a capa do CD ao lado?), e a explosão das gravações independentes. O que dizer? Vivas à internet! A Universal reduziu seus títulos de 2.500 para 500 (provavelmente aqueles mais populares), a Sony Music tem prejuízos acima de US$ 100 milhões, segundo o Estadão. E as cabeças não param de rolar entre os CEOs de gravadoras, por conta da queda das vendas.


- Vai faltar dinheiro às gravadores e às boas bandas?: Lembro que postei aqui há algum tempo a notícia de que "A bigger bang", dos Stones, foi a turnê mais rentável de todos os tempos, apesar dos shows de graça, como o que fomos em Copacabana. Retomo o exemplo para dizer que é a inteligência e a criatividade que vão ditar o sucesso dos bons artistas. Ou seja, quem é bom acha um jeito de ganhar dinheiro. Mas observem que não falo de vender a imagem e a alma a qualquer preço, como acaba de fazer o Lobão.