26/01/2011

A literatura do Irã

Tenho uma curiosidade pelos países islâmicos e nessas férias li o meu terceiro livro sobre o tema. Este se chama "Lendo Lolita em Teerã", de Azar Nafisi.
A autora iraniana conta a história de um grupo feminino de leitura que se encontrava semanalmente para discutir literatura inglesa e dividir um pouco das angústias do país que não permite às mulheres sorrir, andar pelas ruas sozinhas, olhar nos olhos dos outros, entre tantas outras privações.
Todos os autores discutidos durante os encontros eram ingleses, entre ele eles James Joyce e Jane Austen. O livro é bem bom, pecando muito pela tradução de Fernando Esteves, que comeu váaaarias bolas...
E a grande sacada de Azar é perceber que em duras realidades a ficção é a melhor maneira de ser feliz, de se transportar para outra realidade, menos dura. 


Ah, os outros livros que li foi Persépolis de Marjane Satrapi e um outro em francês que chama "Je Me Souviens" de Zeina Abirached, todos com olhares femininos de uma realidade tão masculina.

Mundo Cão


Não tem outra maneira de definir o filme "Biutiful" de Iñarritu. MUNDO CÃO...
Mais uma vez ele destaca situações latentes na sociedade atual e coloca o dedo na ferida, pra que quiser ou não ver. Assim como fez em Babel, 21 Gramas e o mais antigo Amores Brutos.
Sem medo, ele fala mais uma vez de fluxos migratório, de dilemas familiares e da doença do século, o câncer. Mais do que isso, ele evidencia que nenhum ser humano é totalmente bom ou totalmente mal. Seus vilões se apaixonam, tem coração e solidariedade. E os bons nem sempre são tão bons assim. E o personagem principal, interpretado por Javier Barden, é a reunião de todas essas qualidades. Valeu, mas confesso que me bateu uma covardia frente a vida quando sai da sala de cinema...