23/04/2007

Abjeto, mas necessário

O Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, é perturbador. Um filme que me fez ter pesadelos pela violência explícita. Mostra a situação de quatro frades dominicanos - entre eles o autor do livro homônimo Frei Betto - que decidem apoiar a ALN durante a ditadura. Eles são perseguidos, espancados, torturados, presos. O filme não poupa nem minimiza os fatos abjetos, mas com sentido. Interessante que, depois de ver tantas coisas, em um depoimento do Frei Tito (Caio Blat, na foto) o juiz pede para que os autos ignorem sua descrição das torturas, dizendo que "certas coisas todos sabem que acontecem, mas não precisam ser ditas". É uma resposta do diretor e do autor aos que tentam omitir fatos que existiram nos porões da ditadura. E é por isso que o filme é tão descritivo, para que se saiba o que ocorreu e que ninguém pense que isso possa acontecer de novo um dia. Apesar do tema recorrente, a ditadura, o filme traz elementos novos de o que foi a repressão, como a convivência dos presos políticos nas prisões e a relação questionável entre a Igreja e os militares.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sem contar o silêncio que permeia todos os presentes na sala após o término do filme. Foda!

Anônimo disse...

eu li o livro, e amei. vou ver o filme hj, aí digo o que falo, bjs