03/04/2007

A sorrir eu pretendo levar a vida


Impressionante! É a melhor definição para o documentário Cartola, de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda. O filme é tão impressionante quanto descobrir que o samba que dá nome a este texto foi criado em apenas 40 minutos. É um deleite para qualquer apreciador de boa música, até para aqueles que torcem o nariz para o samba. A produção do filme e o roteiro seguem a cartilha dos documentários à risca, com muitos momentos emocionantes, informações a rodo e entrevistas com personalidades históricas do samba carioca – para citar alguns, Nelson Sargento, Moreira da Silva, Zé Ketti. O documentário foi montado ao longo de 10 anos, o que faz com que muitas das entrevistas inéditas tenham sido feitas com pessoas já falecidas, como os acima citados. Mas são outros dois os maiores destaques do filme. O primeiro é poder conhecer melhor a personalidade desta grande figura da música mundial. Conhece-se, por exemplo, o fato de ele nunca ter tido nenhum filho, mas inúmeros afilhados, que – com seus amigos – dilapidaram toda a grana que recebeu com a venda de discos no fim da vida. O outro destaque é o fato de o filme apresentar os grandes clássicos de Angenor de Oliveira – seu nome de batismo – na íntegra. Há versões de Nara Leão, Eliseth Cardoso, Altemar Dutra e muitas músicas cantadas pelo próprio Cartola, em momentos de pura emoção. O grande momento do filme é ele tocando “O mundo é um moinho” ao lado de seu pai, que arrancou aplausos da platéia na pré-estréia do filme, ontem. Particularmente, apreciei o documentário porque, apesar de tratar do grande mestre do samba carioca, coloca-o como uma figura universalmente importante para a música. O filme não se atém às particularidades do morro da Mangueira, por exemplo. Não particulariza a história. De forma similar – obviamente guardadas as proporções quanto ao ambiente – poderia ser rodado um documentário similar sobre qualquer mito do jazz. É algo que Win Wenders também conseguiu fazer no Buena Vista Social Club, ou seja, retratar o local, sem perder o foco global e a relevância mundial dos artistas retratados. As únicas cenas desnecessárias, a meu ver, foram aquelas com um menino que representava-o na sua infância – por sinal, o único ator no filme. À parte de toda a perfeição técnica – que faz o documentário do Vinicius parecer trabalho de conclusão de faculdade –, Cartola prima pela emoção a cada nota, acorde e música. Um filme eterno, sobre um artista também eterno.

3 comentários:

Rê Gallo disse...

Quero verrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!

Juliana Mattoni disse...

Nossa Dan! Arrasou! Super me deu vontade de assistir.

Anônimo disse...

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