15/09/2010

5X Favela - O roteirista

Um amigo meu brinca que tem dias que parece que a nossa vida é escrita por um roteirista. Concordo! E hoje foi um desses dias, tudo girou em torno de um mesmo tema, do começo ao fim. O dia começou acompanhando uma palestra sobre a área internacional para uma galera de alunos de escola pública e terminou com uma sessão de 5X Favela. E a reflexão que começou logo pela manhã ainda não terminou, e olha que já passa da meia noite.

Fiquei pensando a angústia na cabeça desses jovens no segundo semestre do terceiro colegial. Que futuro eles conseguem imaginar para eles? Tem gente que imagina ser piloto de avião, outros querem ser jornalistas, engenheiros, médicos. Mas a verdade é que a realidade é bem mais dura, ingressar em uma faculdade pública não é missão simples e fazer essas faculdades duvidosas raramente é a saída para o começo de uma vida profissional. Fiquei imaginando o sufoco dos professores em terem que passar uma esperança que possivelmente nem eles tenham para um grupo de jovens sedentos pelo amanhã.


Coincidentemente, a primeira história do 5X Favela é a de um jovem da comunidade que consegue entrar em uma faculdade pública e faz uma série de esforços para seguir seu sonho e conseguir o diploma de advogado. Sim, a resposta para minhas reflexões veio...

O jornalismo com cheiro, sabor e cor


Entrevistado de costas para a câmera, áudio ruim, repórteres pouco compromissados. O que parece a cobertura do carnaval da Rede TV aconteceu na verdade em 67. Ao ver o filme "Uma Noite em 67" fiquei pensando em como era melhor e mais divertido esse jornalismo descompromissado. Reali Jr e Cidinha Campos improvisavam à vontade, perguntavam o que bem entendiam e nem necessariamente prestavam atenção na resposta.

Esse é o jornalismo em que o telespectador quer mais é se divertir e informar e menos criticar cada cacofonia do jornalista ou eventual erro de conjugação.

O resto do documentário todo mundo já sabe, os festivais da canção da Record foram sim um grande celeiro de grandes cantores que pelo o que se percebe nitidamente, não se orgulham muito de ter participado daquele movimento que impulsonou a carreira de muitos deles. E por fim, bem que minha mãe sempre me diz que o Edu Lobo era um gato. Concordo!

(Na foto, os repórteres entrevistam Chico Buarque)

10/09/2010

Gotan Project



O trio francês citado fará 4 apresentações em nosso país.Para quem conhece e gosta desta banda, 06.10 em Rio, 07.10 em SP, 13.10 em Bahia e 15.10 em Porto Alegre. Caso não conheça, aconselho escutar a música Diferente do álbum Lunático (bem dançante). Por sinal, é possível dar download.

Zé, sexta é dia de ORIGINAL!

E lá vamos nós!

Por alguns motivos, infelizmente o primeiro semestre de 2010 não foi o que mais nos dedicamos em relação aos shows, aqui tão presente. Porém, voltamos a todo vapor. Marcamos presenças em shows como de Jorge Drexler (excelente por sinal) e Sesc Pompéia é segunda casa, com muito show bom, como do Otto e o Tributo ao Adoniran Barbosa e por aí vai. A última aquisição? SWU.
Sim, nada como uma programação de festival digna para ver em um só pacote uma porrada de banda sem ter que gastar 10X a mais. Começa o esquenta:











Zé, bracinho quase zerado e pronto pra voltar. Desce um engradado!

04/09/2010

Estar perto, estar longe - a vovó


Quando a gente sabe que é amado sabe que mesmo estando longe, estamos perto. Mas quando estamos longe vemos os que nos amam de outra maneira. Os vemos como indivíduos e não como papéis familiares que eles preenchem.

Hoje, ao ler alguns blogs, veio a inspiração de falar desses indivíduos. Deixar um registro dessas pessoas para quem as conhece e para quem não as conhece também. E a personagem do dia é a minha vó Maria, que acabou de completar 90 anos e talvez por isso esteja latente na minha memória.

No dia do aniversário da minha vó cheguei mais cedo na casa dela e enquanto ela se arrumava fiquei olhando a casa dela como há muito tempo eu não olhava. Uma casa cheia de lembrança, cheia de história e de História (com H maiúsculo). Quadros na parede, porta-retratos espalhados, livros, muitos livros, bibelôs, objetos da Europa, objetos de outras partes do mundo dado por outras pessoas da família.

No quarto dela, quadros com desenhos infantis feito pelos netos que hoje tem muito mais de 20 anos. Desenhos desbotados, amarelados, com fungo. Sinais do tempo. Na cabeceira foto dos filhos, crucifixos e seu velho e bom radinho de pilha.

Ela surge, linda, penteada, colar de pérolas, blusa de flores. Feliz, com sinais da idade e com a ansiedade de uma criança de 5 anos em seu aniversário. Eis que os convidados surgem, senhoras, senhores, bebês, amigos queridos, amigas do prédio, amigos da rua, o fisioterapeuta, a faxineira.

Lá, olhando a vovó, foi impossível não pensar no vovô. Ele que partiu há 5 anos e não esperou pelos 90 anos da mulherzinha dele. O quarto dele? Depois de 5 anos já está descaracterizado, mas os posteres de música clássica estão lá, o retrato feito à mão da esposa dele também.

Na hora do parabéns, o mais bonito, ela que até então observava tudo silenciosamente, fala: - Desejo que todos tenham a oportunidade de viver 90 anos como eu, pois sou muito feliz!

É, a gente esquece, mas estamos fazendo a nossa história a cada dia e depois tudo isso vira bate-papo em almoço familiar. Quando a gente dá risada, se emociona e se ama!