01/04/2007

Queimando o CD

O Estadão de sábado saiu com a matéria "CDs e lojas de CDs: morte anunciada" (o link aqui, só para assinantes). A partir da queda de 25% nas vendas de CDs nos últimos seis anos, o jornalista Sergio Augusto prenuncia o fim do CD, como já ocorreu com o vinil, o K7 e tantas outras mídias que não deram certo, como o MD e o laser disc. O antagonista do CD é a internet, meio que ele descreve como mais democrático na distribuição de música e, até agora, aparentemente definitivo. Alguns comentários sobre questões abordadas (todos abertos a discussão):

- É justo vender música avulsa, sem negociar o álbum todo? Em alguns casos, acho válido e até recomendável. Se isso não fosse possível, o que seriam das coletâneas? Concordo que em alguns casos, como óperas, ou em CDs que contam uma história, como o Dark Side of the Moon ou Ziggy Stardust, perde-se muito ao deixar de lado a seqüência. Mas, muitas vezes se evita a "gordura" em um CD, que são as músicas que a gente sempre pula. Segundo a matéria, Radiohead, Mettalica e Red Hot não permitem a venda avulsa de suas músicas na internet. No entanto, acho que mesmo esses caras devem ganhar muito mais com a venda de seus hits do que com a distribuição de seus álbuns. Para quem ouve, a liberdade de se montar um set list próprio permite criar uma história particular por vezes muito mais significativa do que a ordem do CD.


- A internet sobrepõe o CD apenas por conta do preço do CD? É fator relevante. Nada desprezível. Mas a possibilidade de se montar um disco personalizado, acredito eu, é o item de maior vantagem da internet. Outro é a possibilidade de se montar um set sem fim de músicas em apenas um CD com mp3, enquanto o CD comercial ainda é restrito ao seus 15, 20 sons - com raríssimas exceções.


- A internet derrubou a ditadura das gravadoras.: São cada vez mais freqüentes os exemplos de bandas que despontaram por conta da internet, como o Arctic Monkeys (que, aliás, alguém já tinha visto a capa do CD ao lado?), e a explosão das gravações independentes. O que dizer? Vivas à internet! A Universal reduziu seus títulos de 2.500 para 500 (provavelmente aqueles mais populares), a Sony Music tem prejuízos acima de US$ 100 milhões, segundo o Estadão. E as cabeças não param de rolar entre os CEOs de gravadoras, por conta da queda das vendas.


- Vai faltar dinheiro às gravadores e às boas bandas?: Lembro que postei aqui há algum tempo a notícia de que "A bigger bang", dos Stones, foi a turnê mais rentável de todos os tempos, apesar dos shows de graça, como o que fomos em Copacabana. Retomo o exemplo para dizer que é a inteligência e a criatividade que vão ditar o sucesso dos bons artistas. Ou seja, quem é bom acha um jeito de ganhar dinheiro. Mas observem que não falo de vender a imagem e a alma a qualquer preço, como acaba de fazer o Lobão.

4 comentários:

Anônimo disse...

O que fez o Lobao? Nao sou assinante da UOL...
Saludos
Gui

Dan disse...

Gui, manda o teu email que eu te envio a matéria. É de chorar! O cara que foi o maior combatente do sistema gravadoras/jabá diz que agora quer ganhar dinheiro, assinou com a SonyBMG e vai até gravar um Acústico.

Anônimo disse...

Dan, valeu.

Meu email:

guique arroba gmail.com

Saludos

Anônimo disse...

Sobre tudo apontado em relação a "CDs domésticos", assumo q o q mais me levou a baixar músicas pela net foi os preços altíssimos q os CDs começaram a ter...
Bjão!