Quadros clicados

David LaChapelle é um fotógrafo dedicado. Para ele, não parece haver limite para a produção de uma obra, conforme a concebe em sua mente. Ele é capaz de tocar fogo em uma torre, dirigir uns 15 modelos para obter as feições que quer e buscar as cores exatas para criar o efeito desejado – em geral, uma saturação de cores excessiva, que beira o kitsch. Suas fotos são obras de arte muito diferentes de uma espontaneidade obtida por Cartier-Bresson, por exemplo. Estão mais para quadros, em que cada pincelada carrega algo sobre seu autor.

É um estilo inconfundível, que mistura o horrendo com o glamour. Em diversas ocasiões, suas imagens chocam. Seja pelo exotismo do modelo fotografado, seja pela característica diferenciada de um modelo conhecido, São alvos de suas obras (ele também mexe com vídeos) Andy Warhol, Pamela Anderson, Drew Barrymore Paris Hilton, Moby, Courtney Love e Angelina Jolie. Por isso, e por se fotógrafo da Rolling Stone, ele é considerado ícone das imagens da cultura pop contemporânea. Serviço: A exposição Heaven to hell, uma antologia de LaChapelle, está exposta no Mube, na Av. Europa. De graça.

Sonic Youth

No Brasil, no começo do segundo semestre!

Autor desconhecido

A cada minuto, devem surgir centenas de idéias bacanas relacionando música e internet. Esta é bem precária, mas pode indicar algum futuro. Foi lançando o Muxicall, site de criação coletiva de música. Você clica lá no site e, online, compõe músicas com outras pessoas conectadas. Eu testei o sistema com mais 12 pessoas ao mesmo tempo. Resultado: minha aptidão zero à esquerda para instrumentos musicais agora está conectada!

Zé, chega de férias, né?

Dumbos

Folk brasileiro de boa qualidade, de moças que esbanjam gentileza. Valeu pela carona ao José González ontem! Segue link para o myspace delas

José Gonzalez

Ao entrar no show, onde um rapaz estava sentado no meio de um palco escuro, segurando seu violão somados a duas caixas de retorno e microfone, pensei: - É sarau, e se bobear vai tocar "Pais e Filhos". Mero engano!

O que assisti durante 1h30 foi algo que me impressionou. Não, José Gonzalez não é virtuoso. Mas tem tempo certo de conduzir o show e arranjos sensacionais. A soma voz + violão de Gonzalez, por algumas ocasiões me fez pensar que não precisa de muito para se comunicar com tanta intensidade com outras pessoas.

Sem mais.

Será?

Em show solo, Scott Weiland (atual vocal do Velvet Revolver) disse que existe a possiblidade da antiga banda, Stone Temple Pilots, voltar a fazer shows. Seria uma grande alegria voltar a ouvir uma das bandas mais interessantes da década de 90.

Zé, é hoje que vai ter cerveja?

Una ciudad que se escribe

Por Jussy Zanoli
De Santiago

A dica é um concurso literário que rolou aqui. Os textos ganhadores foram publicados no metrô e agora viram um livro.

Este conto acima (se não der para ler direito, clica na imagem) e outros no site Santiago en 100 palabras

Fotojornalismo paulistano

It's back!

Post 900. Não poderia haver notícia melhor. O Pandora está de volta! Depois de ser bloqueado no Brasil no ano passado, por pressão das gravadoras, e no começo deste ano no UK, conforme informou nosso correspondente, o site que monta rádios relacionando bandas ou músicas retorna pelo http://www.globalpandora.com/. Idêntico ao modelo anterior, mas tá na cara que é uma acochambração para driblar as restrições. Curta enquanto possível.

Medo e delírio na Ucrânia II

Pura coincidência: acabo de descobrir que fizeram um filme sobre a novela dos cossacos de Gógol e que ele corre o risco de ser indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro nesta terça. Trailer acima

Medo e delírio na Ucrânia

"Alegres, violentos, desregrados, corajosos, bêbados, sentimentais, anárquicos e implacáveis." Não, não falarei dos hell's angels, magnificamente descritos por Hunter S. Thompson. Mas encontrei no século XVIII uma sociedade na Ucrânia que poderia carregar todos esses adjetivos citados, muito parecida com os motoqueiros cabeludos da Califórnia. Para quem nunca ouviu falar, apresento um cossaco. Era um habitante da Ásia Menor cristão ortodoxo em busca de violência e diversão, procurando qualquer motivo para uma boa briga e uma morte honrada em nome de sua fé. Histórias dos cossacos são descritas de maneira magnífica por Nikolai Gógol em seu livro "Tarás Bulba", que trata principalmente da história do protagonista homônimo do livro e de seus filhos, que formam um exército cossaco. O autor é o mesmo das boas fábulas "O Nariz" e "O Capote" e da peça "Inspetor Geral". Mas neste livro épico, de 1835, o autor ucraniano revela histórias do povo mais paradoxalmente divertido que habitou seu país. Também é possível encontrar no livro paralelos que explicam ataques fundamentalistas religiosos - com uma clara revelação de que, às vezes, proteger seu deus pode ser o último motivo a levar um combatente a decisões suicidas e homicidas. Difícil, como ocorre com os hell's angels, é chegar à conclusão de se encarar os cossacos como terríveis ou admiráveis.

Portishead by Gondry

10 anos depois...

Portishead, banda inglesa, volta para uma nova turnê. O primeiro show vai ser dia 26 de março em Portugal. O Portishead lançará em abril seu terceiro álbum, ainda sem título, segundo o site do semanário inglês New Musical Express. Uma boa notícia e ficamos no aguardo de uma passagem no Brasil.

Obra prima

No player, especial com nove versões de um dos maiores clássicos do jazz: Round (about) midnight, de Thelonious Monk, de 1944. Faltam ainda a versão do próprio, a ótima de Stanley Jordan e outras de gente como Ella Fitzgerald e Aretha Franklin, mas temos uma boa diversificação de versões. Deixa rolar...

Confirmado

Bob Dylan se apresenta nos dias 5 e 6 de março no Via Funchal e no sábado, dia 8, no Rio Arena (onde rolaram algumas atividades do Pan e o especial de fim de ano do RC). Tá no site dele!

Oriente Médio III

"O caçador de pipas" certamente é um livro com valor artístico menor do que o seu valor popular, mas ninguém pode negar seu sucesso em ter chamado atenção ao mundo islâmico para o Ocidente. Mas, se você quer mais literatura e mais conhecimento sobre as mulheres de véus e seus homens, seguem duas ótimas indicações:

"Neve", de Orham Pamuk, Nobel de literatura em 2006, é um ótimo livro que trata também do retorno de um filho do Oriente Médio para o seu mundo e o embate de culturas a que assiste e atua. Apesar de haver paralelos com o livro de Hosseini, o do Nobel é muitas vezes melhor. Mais sóbrio, mas mais envolvente. E traça, a meu ver, uma panorama menos caricaturado da região

"O beco do pilão", de Naguib Mahfouz, para mim, porém, é o ápice de contato que posso ter com o mundo islâmico sem tomar um avião. Ele é outro Nobel, mas de 1988. Seu livro se passa no Cairo, tratando de relacionamentos políticos e amorosos. Apesar de mostrar muito do mundo árabe, traz à tona temas universais com um ótimo estilo.

Ainda tenho os dois livros, mas só empresto sob a garantia de uma tira de couro do próprio corpo.

Oriente Médio II

"A neve me faz lembrar Deus. A neve me faz lembrar a beleza e o misterio da criação, a alegria essencial que é a vida." Orhan Pamuk

Foto e citação do fotolog da Bel, que se encontra em algum lugar do mundo islâmico

Oriente médio I

Estréia amanhã no Brasil o filme baseado no livro best seller “O caçador de pipas”, de Khaled Hosseini. Eu li o livro há alguns anos, por dois motivos. O primeiro é porque tava todo mundo falando desse livro e do Código da Vinci. Entre os islâmicos e os católicos, preferi o menos conhecido. O segundo motivo foi tentar superar o preconceito contra best sellers em geral. O livro aparecia entre nas listas dos mais vendidos acima de “Quem mexeu no meu queijo”, mas resolvi encarar o romance, em vez da auto-ajuda. O livro superou as minhas expectativas, pela costura do roteiro e por contes passagens bastante fortes, para um best seller. Mas não curti a leitura como lazer. É o tipo de dramalhão que não me agrada. Costumo me emocionar mais com livros do que com filmes, mas o excesso era tanto, que a fantasia se descolava muito de uma simulação de realidade imaginária. O estilo de texto também é bastante precário. Agora, dizem que o filme lançado será menos dramático do que o livro. Soube de problemas com os muçulmanos ao longo das filmagens, por medo de que algumas passagens possam ferir a imagem daquele povo. Acho besteira. Veria o filme agora pelo mesmo interesse do livro: pura curiosidade. Mas sem a menor expectativa.

Não perde!

Antologias de pessoas brilhantes sempre trazem algo novo surpreendente. A retrospectiva que a Pinacoteca faz de Tarsila do Amaral, que será inaugurada neste fim de semana, traz elementos para justificar e aumentar a veneração pela musa do modernismo brasileiro. Apesar de fraca em biografia, a exposição valoriza o processo de criação da pintora, como os rascunhos que fazia em seus inseparáveis bloquinhos, simples, mas já inovadores. Um dos momentos mais intensos na exposição é a reunião de A Negra, Abaporu e Antropofagia, que, vistos lado a lado, são mais facilmente compreendidos. Outra grande experiência, por motivo mais pessoal, foi dar de cara com a tela Operários (acima), no fim da exposição e composta no fim da vida de Tarsila. Esses rostos povoaram um importante momento da minha infância, quando apareciam na capa de um livro de história brasileira. O contato com eles era diário. Tranzendo-os para a minha intimidade, eu imaginava suas diferentes vidas, como distintos trabalhadores brasileiros, e histórias tão diferentes quanto minha imaginação fosse capaz de criar. Foi um prazer rever cara um deles.

Mestres do jazz

Como a fezoca já disse por aqui, na Rádio Eldorado tem espaço garantido a boa música. A indicação desta vez é o programa Jazz Masters, com o melhor do jazz, soul e black. O set dos programas é bastante diversificado, mas sempre bacana. Para se ter uma idéia, veja a seleção de um programa abaixo. Dá para ver que há nomes consagrados e alguns desconhecidos. No site deles tem todos os programas antigos. Lá, ainda é possível ter informações sobre jazz, como a notícia do lançamento de mais um livro sobre a Blue Note.

Also Sprach Zarathustra - Eumir Deodato
Better Days - Stéphane Pompougnac feat Varano & Tiger Lily
My own style - Rubin Steiner
Don't be afraid - Cooly's Hot Box
Sign 'o' the times - Chaka Khan
Ain't we funkin' now - Brothers Johnson
Sun Science - Crazy P
Rebels are we - Chic
Soultronic - Justin Michael feat Blake Reary & Donnie Romello
Here's To You - Skyy
Runaway - Jamiroquai
Bonafide - Druw & Perez feat Don E

Roquenroll

Duas vezes Kate

Por Patty Ewald

Nos últimos dias assisti a dois ótimos filmes com Kate Winslet, que até então só me fazia lembrar do Titanic. O primeiro foi “Pecados Íntimos”, no qual ela é uma dona de casa infeliz com seu casamento e que acaba se envolvendo com o vizinho também casado. Soa simplório, mas não se deixe levar, são diversas histórias que vão mostrando pessoas rompendo com o ‘comum’ do dia a dia e te levam a um final - para mim - surpreendente.

O segundo foi “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”. Neste ela também faz uma mulher insatisfeita com seu relacionamento, porém não mais uma dona de casa, e sim uma jovem com ar de rebelde. Após o fim do namoro ela resolve apagar seu ex da memória e quando ele descobre o que ocorreu, decide fazer o mesmo. Em meio a todas as lembranças ele desiste e tenta voltar. O final é bom, mas não tão surpreendente.

Seja contra a mesmice do dia a dia ou contra as próprias lembranças, é interessante notar quantas batalhas são travadas, muitas vezes em silêncio.

Pra alma

Hoje não é uma segunda-feira comum para mim. Geralmente estou como todos os outros mortais, trabalhando insanamente, sem entender muito bem pra quê e aturando umas chatices incompreensíveis. Mas hoje tô aqui, teoricamente vagando por essa cidade. E sabe o que estou pensando? Por que é assim? É, meio que crise existencial. E umas das saídas para aliviar o espírito e a alma é o querido templo Zu Lai. Como já disse aqui antes, as palestras de domingo são ótimas. Vale a pena espantar a preguiça, encarar alguns quilômetros de Raposo Tavares e ir lá.

13/01 什麼是佛教 O que é Budismo?

20/01 釋迦牟尼佛 O Buda Shakyamuni

27/01 佛法的內容 O que é Darma?

Esses são os temas desse mês. Sempre às 14 horas.

Ah,

Ainda estou de férias!

Legenda - vista da praia do Grumari, Rio de Janeiro

high in London

Acorde com moderação

Nunca bati o carro bêbado. Confesso que, nas aventuras dessa vida urbana, não são raros os momentos em que assumo o volante em condições imperfeitas de controle dos reflexos. Mas a única vez que destruí a frente de um carro foi às 10 da manhã, recém-desperto, com apenas um suco na cabeça e a caminho do trabalho. O único celular que perdi na vida sumiu neste revéillon. Aí você dá aquela risadinha e pergunta: Tava mamado, certo? Errado! Perdi o aparelho, com duas semanas de uso, saindo do carro depois de uma molenga viagem de 3 horas. Explicação direta: minha tese é de que nossa consciência e nossos atos são menos controlados nos momentos seguintes aos que você acorda do que naqueles em que está com algumas doses de álcool na cabeça. Para mim, guardas de trânsito deveriam perguntar há quanto tempo acordei ao me vir dirigindo de maneira cambaleante, e não quantas cervejas bebi. Nas manhãs, sou capaz de concordar com as besteiras mais absurdas, que não aprovaria nem depois de muita cachaça. Ontem, esssa teoria me foi revelada logo depois de acordar. Entre ligar o computador e ir ao banheiro (não tenho mais explicações para isso), chapei com a cabeça na porta. Ganhei um galo berrante e quase rasgo a testa. Não sei onde quero chegar com essa teoria. Talvez tomando uma no Zé eu consiga chegar em aplicações e usos práticos dessa descoberta. Só não me pergunta nada sobre isso de manhã.

Definição da arte

Portinari saiu - dizia Portinari. Por um instante espiava, batia a porta e desaparecia.
Eram os anos trinta, caçada de comunistas no Brasil, e Portinari tinha se exilado em Montevidéu.
Iván Kmaid não era daqueles anos, nem daquele lugar; mas muito tempo depois, ele espiou pelos furinhos da cortina do tempo e me contou o que viu: Cândido Portinari pintava da manhã à noite, e noite afora também.
- Portinari saiu - dizia
Naquela época, os intelectuais comunistas do Uruguai iam tomar posição frente ao realismo socialista e pediam a opinião do prestigiado camarada.
- Sabemos que o senhor saiu mestre - disseram, e suplicaram:
- Mas a gente não podia entrar um momento? Só um momentinho.
E explicaram o problema, pediram sua opinião.
- Eu não sei não - disse Portinari
E disse:
- A única coisa que eu sei é a seguinte: arte é arte, ou é merda.

De "O livro dos abraços", de Eduardo Galeano

Eles têm a força

Por Patty Ewald

Ontem li uma pergunta no mínimo perturbadora para o mundo do cinema: Será que vai ter Oscar esse ano? O Globo de Ouro, para dia 13 deste mês, foi “derrubado” pela greve dos roteiristas e será apenas uma coletiva de imprensa, já a festa do Oscar, dia 24 de fevereiro, poderá ter o mesmo fim.

Fatos: o sindicato dos roteiristas não autorizará que seus membros escrevam os textos da cerimônia, artistas de Hollywood estão aderindo cada vez mais à causa e ameaçam boicotar a festa e o comediante Jon Stewart, apresentador do hilário The Daily Show e até então apresentador do Oscar deste ano, cancelou as gravações do seu programa desde o início da greve e ninguém espera que ele seja fura-greve justo agora.

Mas, além da questão de haver Oscar ou não, me surgiu outra. Desde o início, em novembro, várias estrelas têm aderido à greve em solidariedade. David Letterman tirou seu (chatíssimo) programa do ar, todo o elenco da série Heroes declarou apoio, entre muitos outros. Aí está a outra questão: Solidariedade ou a velha e boa opção “não se pode vencê-los, junte-se a eles”?

Retrospectiva: Tarsila do Amaral

Uma chance de ver o Abaporu, sem ter de ir a Buenos Aires. Começa quinta, na Pinacoteca.

Faça parte do Zépod

Como vocês frequentadores deste espaço querido perceberam, 2008 os integrantes resolveram mudar. O layout e pesquisa foram os primeiros e o último (na minha opinião o melhor) que foi criar a rádio Zépod. O que propomos? Faça parte indicando sons que gostariam ouvir durante a leitura do blog. Faremos o possível para tocar.

Set da vez:

01. NYC - Interpol
02. All nights reversed - The Chemical Brothers
03. Estamos todos Bêbados - Matanza
04. Survivalism - NIN
05. Untitled - Interpol
06. Eleanor Rigby - The Beatles
07. My Violent Heart - NIN
08. The beginning of the end - NIN
09. Obstacle 01 - Interpol
10. Five feet high and rising - Matanza

Participe!

O tal Ziggy Stardust virou hip hop!

Bem, como um típico morador paulistano, sempre espero ganhar em farol de trânsito algum exemplar dos famosos jornais gratuitos. Hoje fui presenteado com o "Metro", onde li uma matéria sobre o remix do clássico cd do David Bowie em versão hip hop. O mais interessante é que nenhum dos artistas autorizaram a divulgação, porém existe o link do cd "Tuggy Stardust" onde é possível baixar o cd em mp3. Claro que baixei e ouvi, mesmo não entendendo muito sobre hip hop.

Zé, não vou opinar.

A culpa é do Fidel

Por Paty Rodrigues
Anna tem nove anos. Sua vida é tranqüila e confortável, boa parte vivida em Paris. Freqüenta uma escola católica e mora com seus pais, Marie e Fernando, sua babá e seu irmão caçula, François. Ela às vezes vai até Bordeaux, onde os avós maternos têm um vinhedo. Mas sua existência bem organizada irá se complicar com seu tio comunista, que é preso, uma viagem ao Chile e encontros com pessoas estranhas. Eventos cuja importância Anna não pode mensurar, mas que transformarão profundamente a vida de seus pais. Engajamento político, altruísmo, a luta contra o imperialismo, feminismo, eleições: palavras-chaves que de agora em diante pontuarão as vidas de Marie e Fernando. Para Anna, a recém-descoberta paixão de seus pais expressa-se em outras palavras e fatos: mudança, desorganização, troca de babás, um apartamento menor e novos rostos. Assim como seus pais, Anna também muda, mas de forma diferente. Anna cresce e aceita esse novo mundo, o tempo todo olhando para o que a cerca de um jeito bem pessoal.

Para quem não assistiu é uma dica. Um filme bem bacana que mostra o olhar de uma criança no cenário político, sem falar na atuação dos atores mirins que é sensacional!

Batidão

Taí pra quem se empolgou com os posts sobre Ministry e KMFDM: Dolorelectroniko é um bom blog peruano com dicas de sons eletrônicos e industriais. Quase todas as sugestões têm links para ouvir as músicas e as indicações ao lado são bem boas. Pra quem gosta...

Dúvida

Dizem que a internet é o demônio para gravadoras = pouca venda de disco. Mas aí vem o Radiohead e prova o contrário ao colocar o disco "In Rainbows" há 3 meses na rede onde qualquer um pagaria o preço justo, independentemente do valor a ser pago (o que fez mais de 1,2 milhão de pessoas comprarem) e agora com o "Disco" físico nas lojas liderando as paradas inglesas.

Será que realmente não funciona uma inciativa arriscada?

Zé, um excelente 2008 com saúde, paz, alegria no coração e muita ORIGINAL no meu copo.

Fernanda Vio informa

Tô de férias!

Adolescência é a segunda-feira do ser humano

Por Bruno Vio (teorias que vêm lá da Inglaterra. Finalmente um post!)

A retórica pode ser uma arte. Além do simples prazer estético, boas analogias aumentam a chance e ser fazer entendido e a qualidade de uma comparação está escondido em sua habilidade de comunicar. Mas o que a segunda-feira e a adolescência tem em comum?

A resposta está na diferença, no enorme abismo. Carl Rogers (1902-87), foi o primeiro psicólogo a estudar o conceito de auto-estima.

Segundo a sua abordagem, a auto-estima depende da diferença entre o eu-idealizado e o eu-percebido. Quanto maior a diferença entre os dois “eus”, menor será a auto-estima.

Se confiança é sexy, a famosa baixa auto-estima (ou BAE para os íntimos) pode acabar com a noite de qualquer pessoa. É impossível ter confiança se a forma como você se percebe está longe da idealizada.

Estudos demonstram que a adolescência é o período de menor auto-estima. Entre os 15 e 21 anos formamos o núcleo da nossa personalidade, e a idealização é um componente fundamental nesse processo. Entender que a idealização é um norte, é não uma meta, é sem dúvida, a parte mais difícil.

A resposta para a alta auto-estima está em reduzir essa diferença. A auto-estima pode ser aumentada abaixando o eu-idealizado ou elevando o eu-percebido.

Você tem duas formas de melhorar a segunda-feira: Piorar o seu domingo, ou melhorar a sua semana. Deixar de idealizar seria o mesmo que piorar o teu domingo, então acho que o melhor mesmo é melhorar a sua semana...

Zpod

Agora o blog tem trilha sonora. Para inaugurar a nova fase, você pode acompanhar no player aqui ao lado um dos melhores álbuns lançados em 2007: Year Zero do NIN.

KMFDM

Por Manu Rahal

Se você gosta de rock industrial e não conhece KMFDM, é bom fazer isso em 2008.
Essa é a primeira banda do gênero, formada em 1984.
"Kein Mehrheit Für Die Mitleid", na tradução literal: "no majority for the pity" ou "no mercy for the masses".

KMFDM tem uma fama demoníaca, pois serviu de inspiração para "assassinos-mirim", como no caso de Columbine:

"O KMFDM acabou em 1999, com o álbum Adios, mesmo ano que aconteceu o Massacre de Columbine. Inclusive, na época, descobriu-se que os jovens que realizaram o massacre eram fãs da banda.
Um dos atiradores, Eric Harris, tinha postado em seu site as letras de algumas músicas da banda (Power, Son Of A Gun, Stray Bullet, Waste), e o tiroteio foi realizado no dia que a banda lançava o álbum e no mesmo dia do aniversário de Hitler. A mídia rapidamente acusou a aparente conexão do massacre com entretenimento violento e Nazismo. Sascha (vocal e guitarrista) fez o seguinte pronunciamento sobre esse dia:
'O KMFDM é uma forma de arte - não um partido político. Antes de tudo, nossa música é um protesto contra guerra, opressão, fascismo e violência contra os outros. Mesmo que alguns membros da banda sejam alemães como divulgado pela mídia, nenhum de nós acredita em nenhuma crença nazista.'

A banda tem 21 álbuns e o último, lançado em 2007, é incrível: TOHUVABOHU.

Texto publicado originalmente no fotolog rassif

Descoberta do plantão

Boa versão metal de Roadhouse Blues e muito mais. (se a imagem não estiver animada, clica nela e verá o que é)

Começa o ano 40, pós-68

Na Praia, de Ian McEwan, figurou em diversas listinhas de melhores lançamentos de 2007, mas a indicação pode ser polêmica. Não é excepcional, mas é um bom texto – talvez um pouco mela-cueca – sobre um casal ultraconservador no advento do período das revoluções libertadoras do fim da década de 60, principalmente 1968 (para já entrar na onda da efeméride que estará por aí todo esse ano). A história vai e volta entre a noite de núpcias e acontecimentos pregressos de Edward e Florence, explicando alguns porquês das diferenças entre as visões masculina e feminina do casamento. O texto trata da juventude desse casal e de como incorporaram para a intimidade certos conceitos correntes de seu tempo – seus vícios, principalmente. A leitura vale para refletir sobre como as tradições foram transformadas da água para o vinho em tão pouco tempo. Angústias juvenis sempre existiram, mas seus motivos agora são completamente diferentes de 40, 50 anos atrás...