Começa o ano 40, pós-68

Na Praia, de Ian McEwan, figurou em diversas listinhas de melhores lançamentos de 2007, mas a indicação pode ser polêmica. Não é excepcional, mas é um bom texto – talvez um pouco mela-cueca – sobre um casal ultraconservador no advento do período das revoluções libertadoras do fim da década de 60, principalmente 1968 (para já entrar na onda da efeméride que estará por aí todo esse ano). A história vai e volta entre a noite de núpcias e acontecimentos pregressos de Edward e Florence, explicando alguns porquês das diferenças entre as visões masculina e feminina do casamento. O texto trata da juventude desse casal e de como incorporaram para a intimidade certos conceitos correntes de seu tempo – seus vícios, principalmente. A leitura vale para refletir sobre como as tradições foram transformadas da água para o vinho em tão pouco tempo. Angústias juvenis sempre existiram, mas seus motivos agora são completamente diferentes de 40, 50 anos atrás...