Drible no oligopólio I

Sábado eu chego belo e contente na bilheteria do Parque Antártica para comprar o ingresso do Ozzy. Nenhuma fila. Ninguém na minha frente. Esse é o resultado de uma estratégia de oligopólio de empresas de serviços financeiros, que conseguem vendas antecipadas aos seus clientes. Foi assim com o Bob Dylan, que vendeu antes para clientes Mastercard. O Ozzy, como alguns outros, está à venda já apenas para clientes Citibank. Depois que abre pra galera em geral e pras filas imensas. Eu, cliente Citi, chego à bilheteria e, comprando o ingresso, sou abordado por uma moça, que estava sentada ao lado. Com cara de choro, ela se diz fã e que precisa do ingresso. Mostra a grana e pede para eu comprar. Comprei para ela. Apesar de beneficiado pelo sistema, acho-o injusto. É praticamente uma venda casada (precisa ter o cartão para ter o ingresso). Limitar por cliente de determinado produto é segregar o público, impedir a presença dos demais. No Dylan, por exemplo, os ingressos mais baratos esgotaram muito antes da venda para o público em geral. Fora que hoje eu sou beneficiado pelo sistema, mas amanhã, who knows...

Obs: Sim, Ozzy, Korn e Black Label Society garantidos