
O show de ontem foi bem diferente daquele de dez anos atrás, quando ele, em um estádio, abriu o show dos Rolling Stones. Parecia que Dylan estava, desta vez, mais desprendido de qualquer compromisso de tocar o que o povo queria, o que comercialmente seria mais aceito. Dessa forma, ele exalou toda sua essência psicológica e musical. Seu jeito introspectivo, começando a tocar meio de lado para o público, e o fato de não dizer nada além de um thank you fora das letras mostravam sua arrogância, mas também revelavam aquilo que têm de mais real e profundo: o espírito elevado anti-popstar. Viajar em suas músicas era algo inevitável. Durante o show, a única sensação racional que se podia sentir era a de um desejo de que aquilo não acabasse nunca. Quem se decepcionou com a falta de Blowin’ in the wind ou com as versões estranhas de clássicos não sacou aquilo que Dylan sempre pregou: How many roads must a man walk down before you call him a man? Ele não precisa mais atravessar as mesmas estradas, para justificar sua grandiosidade. Ele traça novos caminhos, mais maduros, with no direction home.
4 comentários:
falou e disse, menino-dan!
Mas você anda muito sentimental para escrever...
Tá td bem?
Sentimentos confusos?
Bjos
Belo texto.
juju, deu o ar da graça no blog dos amigos! Que saudades!!! Vem pra terra da garoa visitar a gente! beijos
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