02/10/2007
Tropa I
Antes de tudo, assumimos desta vez o compromisso de pagar pelo ingresso quando o filme for lançado oficialmente. Quero ressaltar principalmente os elementos técnicos do filme “Tropa de Elite”, de José Padilha, certo de que os cônjuges representarão a emoção que o filme transmite. Ele não é nada óbvio, desse ponto-de-vista. Começa que é uma história baseada em fatos reais, mas sem personagens reais. Algo entre o documentário e a pura ficção. Quem assiste ao filme, tem a impressão de sempre ser um personagem a mais ou um olhar meio que escondido do fato, conseqüência da habilidade de Padilha em montar seus planos. Há um quê de câmera escondida. O filme é dividido em capítulos, que se relacionam. Algo ousado, mas bem resolvido. Os cortes também são bem feitos. A seqüência do treinamento é sensacional. O filme empolga do começo ao fim, tanto que ficamos relutando (rapidamente, é verdade) a buscar uma cerveja enquanto víamos o filme. Críticas podem ser feitas à abordagem moral: será mesmo o usuário o maior responsável por essa violência toda, como sugere o filme? Mas não há como negar que a história é montada de forma inteligente, como Padilha já o fizera no também ótimo “ônibus 174”, em que conta não apenas a história do assassino, mas principalmente como ele foi criado. Aliás, lembrei que o “ônibus 174” tinha muitas entrevistas com pessoas do Bope, até mesmo um que lembraria muito o capitão Nascimento, tanto fisicamente, quanto psicologicamente. Muito provável que tenha sido o inspirador. O filme estréia já sexta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Digo sinceramente que concordo com esta abordagem moral sim. Traficante e usuário fazem parte de uma mesma teia, é claro que isso não faz do usuário “o responsável” pela violência, são muitos os fatores que deram origem a essa atual situação, mas isto o inclui num ciclo, ou alguém tem dúvidas sobre o fim do dinheiro pago por drogas?
Postar um comentário