11/09/2007

Arte tem preço


Uma das grandes impressões da Europa, já comentada com os colegas daqui, é como as pessoas por lá conseguem sobreviver de sua produção, seja artística, seja de empregos que exigem pouca qualificação. No entanto, apesar de menos aparente lá fora, o desafio do artista entre criar e fazer dinheiro ainda é um tabu mundial. There’s a real sense that when you start quantifying artistic output in dollars and cents, those things are tangents to what we really should be talking about, diz Michael Rooks, curador do Museum of Contemporary Art, de Chicago. O comentário é uma epígrafe deste recente estudo de David Galenson, do departamento de economia da Universidade de Chicago. O título do estudo é "ARTISTS AND THE MARKET: FROM LEONARDO AND TITIAN TO ANDY WARHOL AND DAMIEN HIRST" e apresenta os descompassos da mente dos artistas ao teimar em dissociar arte de dinheiro. O texto é curto e vale a pena uma lida. O grande herói do estudo é Warhol, o primeiro a romper com o paradigma de que artista bom é artista pobre. Damien Hirst é o maior ícone da atual fase da pop art – no sentido de que popular é aquilo que vende. Basta ver um de seus trabalhos mais recentes, For the Love of God (na foto acima), uma caveira humana feita de platina coberta por diamantes com preço estimado em dezenas de milhões de pounds. O comentário também é extraído do texto. Eu sonho com um futuro em que ninguém diga que uma obra-prima não tem preço. Sempre tem. E isso é fundamental para a sobrevivência do artista e para o surgimento de novos autores.

4 comentários:

Anônimo disse...

Hoje ouvi da diretora de cinema Tata Amaral: Reconhecimento vem com remuneração. Sim, tudo tem seu preço. Por isso que não é justo quando nos pedem: escreve umas palavras pra mim, faz um logo pra mim, coisa simples... Peraí, esse é o nosso ganha pão!

Felipe Marques disse...

ainda estamos no meio de uma mercado onde não existe tabela de preço, não existe estimativa de retorno do investimento e pouquíssimas vezes sabemos o porte do cliente. Quantas vezes não fiz loguinhos por preço de banana e quando vi o cliente tinha pra pagar.

É uma pena não sermos valorizados!

Qual designer que nunca escutou:

- Eu tenho um "sobrinho" que mexe em corel draw, faz uns sites, mexe no computador sabe... A propósito, não tô conseguindo me conectar a internet, vc me ajuda???

Anônimo disse...

só se anestesiando com cultura mesmo...

rodr190 disse...

Sou designer e realmente a maior luta é, insiste ou muda de área. Pois temos um valor, que geralmente não querem pagar.