17/08/2009

Tijolão

De tempos em tempos eu caso com um livro. Escolho um daqueles "tijolões" que todo mundo quer ler, mas sempre falta dedicação. Confesso que não consigo me apreender apenas a eles por um tempo. Vou lendo-os em paralelo com outros menores, até para arejar as ideias (o VTNZ repudia, mas acata o novo acordo ortográfico). No ano passado, casei com a baleia Moby Dick, vivendo-o quase em tempo real com os meses de caça do Capitão Ahab. Neste ano, a escolha foi o não menos clássico A fogueira das vaidades, de Tom Wolfe. São mais de 900 páginas do retrato mais fiel imaginável da cidade de Nova York, embora ficcional. Ok, difícil resumir algo no espaço de um post (e ainda bem que ainda não cheguei no twitter), mas o livro trata não apenas de NY, mas de maneira geral das relações sociais e, principalmente, de como se misturam vidas pessoais e profissionais na mesma pessoa de maneira tão inseparáveis. Claro, também tem mortes, mentiras, traições e tudo mais que seja exigível de um grande romance, mas é na capacidade de descrever cada pensamento de diálogos curtos ou até mesmo olhares que Wolfe consegue mostrar a própria superficialidade e idiotice da cabeça humana. O livro foi ao cinema, em filme que não vi, mas predito de maneira desastrosa por Paulo Francis em seu prefácio da edição em português - uma pérola à parte. O livro foi ainda mais prazeroso a mim por misturar aspectos do mercado financeiro e do mundo jornalístico, com os quais convivo diariamente. Bom, se chegou até o fim do post, merece uma conclusão final e lá vai: o livro está certamente entre os 10 melhores que já li e recomendo a qualquer um que queira diversão e reflexão por um bom tempo.

Um comentário:

fê vio disse...

Dan, vc eh mEu orgulho! A noite de autografos esta cada vez mais proxima! Saudades precoces!