22/07/2009

Mais Minas Gerais

Por Luiza

Ouro Preto é uma viagem no tempo. Ao entrar nas inúmeras e exuberantes igrejas cobertas de ouro, nos cafés, museus e casas de arquitetura muito antiga, a gente tem a sensação de estar no século passado. à primeira vista parece mesmo uma cidade de cenário de novela. O mais gostoso é saber que tudo aquilo é real, verdadeiro como a casa que guarda a carta em que uma gentil princesa manda capturar Tiradentes, enforca-lo e pendurar sua cabeça em praça pública, o lugar que virou um marco e hoje é o centro da cidade, onde tudo – e nada – acontece de forma deliciosa. Os artesanatos delicados de pedra sabão, as lojas de jóias, o povo que anda sem pressa, de uma gentileza que quase não se usa mais. Estudantes, muitos estudantes em dezenas de repúblicas, que falam alto e brincam pelas ruas, até que as vozes jovens contrastam com os sinos que chamam para a missa, e tudo isso estranhamente combina tão bem naquela cidade. Nos porões de casas que são hoje museus, descobrem-se antigas senzalas úmidas, geladas, que aprisionavam os escravos, com equipamentos de tortura ainda expostos, fazendo a gente se sentir muito próximo de uma verdade normalmente trancada nos livros.

Ladeiras tão íngremes que fazem quem está subindo até sentir inveja de quem vai descendo. Mas logo passa: cada novo “topo” de rua traz de presente um mirante, a cidade se despedaça em um quebra-cabeça de telhados coloridos sobrepostos, o sol lá longe entre montanhas vai escapando conforme o ângulo que se escolhe vê-lo... e a gente sente uma preguiça danada, achando bem mais gostoso que tudo seja assim mesmo, bagunçado. De baixo, as ruas parecem mais alongadas, uma só reta rumo ao céu; subindo, elas vão se unindo em “U”, feito uma risada que vai surgindo. Ouro Preto é uma cidade que ri. Se cansar? Entre em qualquer esquina e peça frango com quiabo, frango com um tal de “ora pro nobis”, que é bom à beça, tutu à mineira, feijoada, torresmo e, pra terminar, mil e uma qualidades de doce-de-leite. Ah, sem esquecer de antes dar um gole em uma boa pinga da região, o famoso “abridor de apetite”.

4 comentários:

fê vio disse...

Lu! Bem-vinda! Adorei o texto, bom ter você por aqui. Sobre Ouro Preto, yes we have History, apesar de às vezes esquecermos... bjs

rodr190 disse...

Luuuu! Excelente descrição e valeu por participar. bjs

Laura disse...

Lú, como é bom emocionar a História, bonito relato da amada Ouro Preto.
Bj,

Laura C.

Pedro Henrique Carvalho disse...

Lu-luuuuuuuuuu!

Lu-luuuuuuuuuu!

Lu-luuuuuuuuuu!