Embu des arts

Pé de burro, peito de pombo, imbigo, gamela... São alguns dos termos que se pode aprender em um passeio pelas lojas de antiguidades de Embu das Artes, cidade a 20 minutos de São Paulo pelo rodoanel (como se diz no anúncio dos shows do Garimpo, na Kiss FM). O passeio no domingo já vale pelo clima animado da feira de artesanato, que rola no centro. A arte não é das mais bonitas. Há muita coisa kitsch, primária e feia mesmo entre as barraquinhas e lojas de Embu. Mas a variedade é tremenda e, literalmente, garimpando, é possível encontrar coisas belas na cidade. São, basicamente, artigos de decoração para casa, desde os mais úteis até os mais supérfluos e puramente artísticos. Eu, por exemplo, encontrei uma linda mesa redonda feita com madeira de demolição (eles usam madeiras de paredes e assoalhos de casas derrubadas no vale do Itajaí – sim, onde estão ocorrendo as enchentes em SC – e as reutilizam na fabricação de móveis). O que faz da mesa ambientalmente responsável. O acabamento é do tal peito de pombo. A base da mesa, é reaproveitada de outra mesa antiga, retangular, que tinha duas bases, cujos pés terminam no tal formato pé de burro (se quiser entender melhor, vai lá em casa a partir de amanhã, quando a mesa chega). Gamela nada mais é do que uma travessa de madeira e imbigos são as deformações da madeira, em formato de... isso, umbigo mesmo. Tirando o preço gasto, Embu continua um perfeito passeio de domingo, no interior, mas perto de São Paulo. Quem não vai faz tempo, vale a pena o retorno.