04/11/2008

No baile da saudade


O que parecia impensável aconteceu. Ontem, nós fomos a um baile da saudade. E nos divertimos demais. Depois do rock, do jazz e de tudo que seja contemporâneo, deslizamos nossos pés pelo belíssimo salão do tradicionalíssimo União Fraterna em voltas de boleros, valsas, tangos, sambinhas e fox trotes. Se você tem menos de 65 anos e nunca foi a esses bailes, explico um pouco da dinâmica, que é bem simples. É tudo igual à balada em que você vai: tem muita cerveja, muita música, banda que segura a onda a noite toda, clima de paquera, pegação até e uma animação sem fim. Rola um ciclo de “baladas” semanal, para quem agüenta. Hoje, por exemplo, segundo apurou o VTNZ, onde pega é no Cartola Club, a partir das 16h. Mas tem umas “meninas” distribuindo flyiers para outras festas dentro da balada. Enganam-se aqueles que têm esperanças de que o espírito se acalme com a idade. Vimos cenas nítidas de ciúme, rejeição e traição. Havia cara se enroscando com uma moça mais sacudida no meio do salão e meninas com roupas estilo cigana, Tieta ou trajes londrinos anos 70. Ficou bem claro que empolgação não tem idade. A cena mais representativa do fulgor dos velhinhos foi uma dupla de galanteadores acompanhando um par de donzelas até o carro delas, com a esperança de pelo menos um derradeiro selinho, que não rolou. Mas o esperançoso cavalheiro bradou: “eu vou esperar você ligar, minha querida”. Os freqüentadores não negaram ou confirmaram se esse tipo de comportamento já existia antes do Viagra. Ah, a diferença fundamental entre a balada sênior e a nossa, como deixei escapar anteriormente, é o horário. À meia-noite, o salão do União Fraterna já estava em clima de Milo às 5h da manhã. Agradecemos profundamente à dona Ana por ter celebrado lá seu aniversário ontem e ter-nos convidado para o baile. A experiência de ontem foi bastante alentadora a nós, por mostrar-nos que mesmo na mais avançada idade ainda será possível buscar diversão, animação e paquera – contanto que você aprenda a dar dois pra lá e dois pra cá sem tropeçar. Depois de se convidada a uma contradança e rodopiar várias vezes pelo salão, a Fezoca recebeu um convite para ter aulas de seu parceiro. Ela promete pensar no assunto.

2 comentários:

Anônimo disse...

lindo, lindo, lindo!!!!!!

Rê Gallo disse...

hahaha, adorei!
Mas parece que a tal da dona Ana tem 65 anos!! Tadica, Dan! rs
Bjs!