21/07/2008

Show é como sexo

São quase dez anos em pesquisas relacionadas a esses dois temas: show e sexo. E infinitas são as relações que, neste período em campo, sou capaz de listar. Além de começarem com S e terem quatro letras, a relação fundamental entre os dois assuntos é que, quase sempre, são bons. Sempre envolvem a relação entre, no mínimo, você e mais uma pessoa. E sempre se espera o máximo, o inesperado, o sensacional do outro lado.

Mas a semelhança fundamental entre sexo e show está no fato de que coroam o ápice de uma relação - tá, quase sempre, é verdade. No caminho normal, você paquera uma moça, começa a conhecê-la melhor para, se rolar, fazer sexo com ela. Na música, a seqüência é parecida - ouve, compra um cedê e vai no show.

Você conhece-as, a música e a garota, em algum lugar comum: festa, rua, é apresentado por algum amigo ou simplesmente descobre por aí em qualquer ambiente, tipo consultório médico e elevador.

Depois dessa introdução agradável, você começa a querer conhecer melhor a outra. Vai a lugares onde ela está. Fica mais atento quando ela se apresenta e, de uma hora para outra, não pára de pensar naquilo. Quando se percebe, está no lugar e no momento menos esperado, pensando. cantarolando...

Mas o que mais põe no mesmo ritmo sexo e show (e a mulher e a música) é o fato de que você sempre vai depositar suas maiores expectativas nesse momento de clímax (não haveria palavra melhor). E, sim, na hora do vâmosver, pode ser tudo aquilo que você sonhou, mais, ou menos. É nesta hora que a sua relação é revelada em seu todo mais real e evidente. É quando o etéreo vira real.

Ok, pera lá! Não quero ser considerado machista e sexista por achar que o sexo é tudo numa relação ou que o cara não pode ser um bom artista de estúdio e ruim de show, mas é no tête-à-tête que sempre se espera mais. Se o show do qual se esperava muito não é bom, fica aquele sentimento de que se foi enganado por um bom produtor ou uma mixagem especial no cedê (ou um sutiã mágico, no paralelo). Todo mundo sabe que é nessa hora que se tira a prova.

Vamos lá. É só me acompanhar numas relações paralelas a partir daqui, que você vai concluir que já viveu algum relacionamento que pode virar metáforas musicais. Seguem alguns exemplos:

- Tem aquele show que você esperou por anos para acontecer e finalmente rolou. Você tinha a discografia toda do grupo, sabia toda letra de cor, o nome e a biografia dos integrantes e pagou aquela bolada no ingresso. Chegando lá, você percebe que não havia nada de especial. Nem um timbre diferente, nem uma palavra de carinho a mais, nem um rojão no palco...
- Pelo outro lado, você já deve ter ido a um daqueles shows de alguém que você já ouviu falar que é bom, mas nunca se apegou. Escutou algumas vezes aqui e ali (não se esqueça de relacionar isso com as mulheres), mas nunca deu muita bola. Aí acontece de você ir ao show desse alguém. E descobre uma experiência transcedental que nunca mais vai esquecer. E aí vai querer ir ao mesmo show quantas vezes for possível.
- Tem aquele show que é uma grana e depois você chega à conclusão de que não valeu metade do esforço.
- Tem aquele outro que você topou porque era perto de casa, barato e não tinha muito a perder. E depois se apaixona!
- Tem aquele show que você aparece sem querer e que adora.
- Tem aquele show que você não consegue entrar e fica na porta ouvindo e imaginando como seria estar dentro.
- Tem o show que é mais calmo, mas que te emociona profundamente.
- E tem aquele que é só para se movimentar sem parar e suar mesmo.
- Tem o que você sempre quis, desde pequeno, e finalmente consegue ir.
- E há outro que você descobriu ontem, mas que foi, curtiu e quer mais.


Bom, como disse, as semelhanças são inúmeras. Aqui foram só dez e é fácil ir além, mas fica isso só para eu defender a minha tese.
Desejo a todos muitos e bons shows!!!


8 comentários:

tangerine disse...

Adorei o texto!
Fantástico!

Anônimo disse...

Hola. Voces tem que ir... Imperdivel...
Abrazo Gui

Jorge Drexler mostra músicas de "Cara B"

Jorge Drexler e Vitor Ramil se apresentam na quinta-feira (24)
Em única apresentação, que acontece quinta (24), no Bourbon Street, o uruguaio Jorge Drexler executa canções de seu novo disco, intitulado "Cara B".

O show conta com a participação do compositor, escritor e cantor gaúcho Vitor Ramil e traz versões de canções antigas, como "Al Otro Lado del Río" (música do filme "Diários de Motocicleta", que ganhou o Oscar de melhor canção em 2005), homenagens a Leonard Cohen e Caetano Veloso, além de novas músicas.

Bourbon Street Music Club - r. Dos Chanés, 127, Indianópolis, região sul, tel. 5095-6100. 400 lugares. Qui.: 22h30. 90 min. 18 anos. Couv. art.: R$ 80. Cartões de crédito: American Express, Diners, Mastercard e Visa. Valet.: R$ 10.

Anônimo disse...

Vamos lá - .1 texto fantástico. Aguardo pela noite de autógrafos do seu primeiro livro. 2 adoro o Jorge Drexler, amaria ir, mas R$ 80 mangos em fim de mês não tá fácil não...

Anônimo disse...

Por isso que eu adoro festivais: é um show depois do outro!!!

Anônimo disse...

Inspirador, exaltador e inigualável!!!!
Adorei a comparação!!!!
Novos olhares para as duas situações, ou seriam, circunstâncias, ou seriam, fatos, ou seriam, momentos..., enfim, deixa pra lá!!!
Vamos curtir e EXCELENTES shows!!!
Abraços

Henrique Crespo disse...

Já tinha aproximado o sexo da música mas nunca especificamente do show. A semelhança existe mesmo. Por exemplo: show é que nem sexo até quando é ruim é bom. hehehe Brincadeira, tem show que é ruim e não tem salvação.:)
Por falar em show, tem dois bons a caminho: Muse e Josh Rouse.

Anônimo disse...

é o post da semana, certamente. Recebeu elogios até do Canadá!

Anônimo disse...

danilinho, amei!
uma bjoca gde