20/05/2008

Viagem em SP

A contracultura foi um movimento artístico que questionamento do valor da arte e da sua força política. Na onda das referências a 68, o Sesc Pompéia traz um projeto chamado Vida Louca, Vida Intensa (talvez numa referência a Cazuza, mas acho que não, porque não teria nada a ver). Fez parte do projeto o show do Young Gods, sobre o qual escrevi aqui. Mas foi só neste fim de semana que consegui ver a exposição sinestésica.


Há muitas imagens, música, cinema e instalações, que representam um pouco do que foi provavelmente o último movimento de maior contestação dos valores artísticos com abrangência global. Daqui do Brasil, se vê e se ouve muito da Tropicália – versão tupiniquim da Contracultura. Mas são as imagens (entre elas capas de discos e pôsteres de shows) os maiores ícones que restam e restarão para sempre do movimento. Uma linguagem única e temporal, síntese da contestação, da forma livre de lidar com a comunicação.
Nas capas dos discos e pôsteres, por exemplo, muitas vezes as letras e as imagens são quase ininteligíveis. Mas, dane-se! Era exatamente o recado. O importante parece que não era informar, mas contestar acima de tudo. Contestar até a informação passada. Por isso a capa de Todososolhos, de Tom Zé (abaixo), por isso, as imagens confusas de pôsteres do Jimi Hendrix Experience (acima) – que eram um experimento em si. A exposição mostra que todos os importantes músicos que passaram pela época se embebedaram da fonte da contracultura, em canções ou nas capas dos álbuns. Estão lá Rolling Stones, Zappa, Pink Floyd e, obviamente, Beatles, entre outros que ficaram também datados, como Grateful Dead (acima). A exposição vai até 22 de junho. Vale a pena. E esteja de olho nos horários dos filmes no cinema por lá.


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