18/11/2007

Justa causa

A greve atual dos roteiristas de cinema e TV nos EUA – que força gente como David Letterman a ser obrigado a apresentar shows reprisados, por falta de cabeças para pensar em novas piadinhas – decorre de uma questão interessante levantada pelo Estadão hoje. Os roteiristas, pais das idéias, dos textos e dos diálogos sempre foram relegados a segundo plano. Pense na vez em que perguntou qual o roteirista que fez um filme, por exemplo. Lembra-se sempre do diretor,porque se disseminou uma cultura de que ele é o principal responsável pela obra. Mas os tempos mudaram e o texto passa a ganhar mais peso. Acredito eu que a tempestade de vídeos e programas diferentes, bacaninhas, mas sem conteúdo que vemos não se sustentarão com tanta força. Em alguns nichos, o conteúdo já é o ponto principal, não a forma. Hoje, eu vou assistir a um filme, por exemplo, por causa do Charlie Kaufman, roteirista de Brilho Eterno de uma mente sem lembranças, Adaptação e Quero se John Malkovitch (ok, todos com ótimos diretores também). Por aqui, vê-se séries por causa da Fernanda Young e o marido – que sempre esqueço no nome. O Estadão cita outros sucessos de roteiro, como Lost e Sex and the city, e mostra quão ofuscados são os roteiristas do que atores. Escrevo isso como uma defesa à causa dos roteiristas, que merecem - tanto em termos financeiros quanto em termos de popularidade - mais homenagens e atenções do que muitos diretores, atores e apresentadores.

Um comentário:

rodr190 disse...

Curti o post, prhãn. Concordo plenamente que roteiristas devem ter a mesma visibilidade e popularidade.