29/11/2007

Edith Piaf - o filme


Se ao ouvir as músicas interpretadas por Edith Piaf já é impossível conter um sentimento íntimo, assistir ao filme sobre sua vida será, fatalmente, uma experiência sensorial catártica de difícil descrição. Paralelos podem ser feitos ao filme, mas com uma grande distância. Ray (sobre a biografia de Ray Charles) talvez seja o principal paralelo, no que tange o sofrimento das vidas. A biografia de Billie Holiday talvez seja também tão carregada quanto suas interpretações, em outro paralelo. Mas, ainda assim, o filme que está em cartaz sobre Edith Piaf é uma obra única, ao combinar obviamente belas canções, mas também um conjunto de interpretações e montagem bem elaboradas. O filme não segue em ordem cronológica, mas é impossível se perder pelo caminho. As atrizes que representam as diferentes fases de sua vida também se transformam, acompanhando seu estado momentâneo. Por vezes, é triste isso, porque as representações reproduzem fielmente o definhamento da cantora. Edith Piaf pode ser considerada o Garrincha do microfone. Suas pernas tortas seriam sua aparência horrenda. O destino de ambos foi similar ao se extenuarem nas luxúrias do sucesso. A fama dos dois também nunca chegou aos pés de Pelé, Maradona, Billie ou Ella Fitzgerald. Mas como foram perfeitos...

Um comentário:

Anônimo disse...

O filme é incrível e o que você escreveu também. A atriz que interpreta a Piaf adolescente é a mesma que interpreta a cantora até o dia da sua morte. A monstro da interpretação foi completamente maquiada e preparada para fazer tamanha proeza. Ela foi envelhecendo e sua voz idem, bem como a postura e outras coisas.. incrível né?
Beijos! Ah, eu tenho a foto dela, que aliás, é linda.