31/10/2007

Pílulas de indecisão - III (final)

"Eu havia recém-explicado que o que eu mais fazia com uma namorada era conversar, e que quando eu conversava com a dita namorada havia algo de insatisfatório em ser a pessoa que acabava dizendo as coisas que eu invariavelmente dizia. Eu nunca tinha o mesmo tipo de ressalva em relação ao que eu dizia para os meus amigos: a amizade parecia ser um fórum ideal para conclusões provisórias e comentários periféricos, e eu partia do princípio que o alto coeficiente de erros da maioria deles era perdoado pelo fato de que eu não havia amarrado a vida de meus amigos à minha como naquelas corridas em que duas pessoas botam uma perna no mesmo saco, de modo que eu não obrigava-o (sic) a conluiar com meus erros ou rejeitá-los, duas opções igualmente dolorosas. Mas em um relacionamento romântico-sexual propriamente dito, eu queria sempre me manter tão fiel e exclusivo à verdade quanto a jovem moça em questão, o que significa que, ao conversar com uma namorada, no fundo minha lealdade não era dedicada às coisas que eu dizia, mas sim ao reservatório de verdade mantido incontaminado por minhas palavras." (págs. 142 e 143)

2 comentários:

Anônimo disse...

Confesso que tive de ler duas vezes para entender bem... mas posso dizer que; é uma descrição poética do seu jeito "Mister M" de ser, rs!

Bjos

Anônimo disse...

esse livro é estranho... patty, porque você não foi no sábado?