16/07/2007

Democracia cultural em questão

O Anima Mundi 2007 trouxe à tona um tema que volta e meia entra em discussão aqui no blog: o abismo entre arte conceitual e comercial. Nas seções de curtas, em que se assiste à diversas obras com alguma relação, era possível ver depois de uma animaçãozinha mais boba, porém altamente inteligível, outra totalmente abstrata e pirada. As palmas do público são a primeira manifestação da capacidade do curta de informar. Neste ano, nas sessões noturnas, foram raros os filmes a animar (com o perdão do trocadilho) a platéia. No entanto, foram muitos os filmes mais conceituais. Muitos deles traziam ótimas propostas e inovadores conceitos de animação, mas faltava conteúdo e, principalmente, diversão... Vale a questão levantada por uma amiga hoje ao falar de teatro: pode ser interessante a piração do cara, mas ele tem de ser o minimamente democrático, para ser entendido por algumas pessoas - a citação seguinte foi ao Gerald Thomas. Entre os destaques de público e crítica (minha particular) estão o ovacionado (sileciosamente por nós) Apnéia e Mauvais Temps, com suas citações a Vertigo, do Hitchcock. Destaques conceituais e comerciais foram também Raymond, o ridiculamente barato e bem sacado Rishe dar Asseman - que prova que é possível fazer algo interessante com baixíssimo orçamento e uma boa idéia - e o bonitinho, mas profundo, Celestina. Vale a pena caçar para ver se algum desses filmes está no youtube.

Um comentário:

rodr190 disse...

Apnéia foi disparado o melhor curta na minha opinião. Além de ser uma cena desenvolvida sem interrupção, é uma PUTA crítica a vida de paparazzos que arriscam a própria vida por um click e vender para revistas super inteligentes, como as de fofoca.