18/06/2007

Cinema, só com atores

A fidelidade da obra de Beto Brant com o livro de Daniel Galera torna o filme "Cão sem dono" um tiro certeiro. O diretor transfere com algum sucesso às telas o paradoxo entre desalento e paixão pela vida de um jovem nos dias de hoje. No entanto, Brant esbarra em um vacilo ao tentar mostrar que a história do filme é perfeitamente factível à vida de qualquer um de nós: em seu realismo natural, ele trabalha apenas com não-atores (ou aparentemente atores muito ruins), que acabam comprometendo muito da intensidade sensorial do filme. Diálogos são prejudicados pela precária dicção das pessoas e sentimentos extremamente profundos do livro tornam-se superficiais ou distorcidos. Em "O Invasor", o diretor teve sucesso com o não-ator Paulo Miklos. Mas ele talvez tenha tido sucesso por contracenar com colegas experientes como Marcos Ricca e Mariana Ximenes. Neste, a protagonista do casal Tainá Müller (na foto), esposa de Galera, é bonita, mas lhe falta traquejo para dar vivacidade às cenas. O mesmo ocorre com o cara, mas é com os coadjuvantes que alguns diálogos ficam patéticos. O papo do herói vagabundo com o pai na praia, talvez o ponto-chave do filme, é sonolento. O filme é bom, mas por causa dessa coisas, às vezes cansa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Grande Dan!!! Talvez por isso exista a profissao de ator!!! Eh nessas horas, que as pessoas esquecem o porque se estuda tanto para entrar numa carreira tao ingrata!!! Onde e valorizado o QI, ou o teste do Sofa (que ninguem reconhece)!!! Va la, se existir TALENTO!!! Mas, neste casos, com sua afirmacoes, nao tenho duvida que esta idealizacao nao existe para este "vies" artistico!!! Um pouco de estudo, para quem quer ser ator, sempre cai bem, afinal, nao e bacana ficar pagando MICO!!! Abracos

Anônimo disse...

Isso aí!!!!
Abaixo Deborah Secco, Malhação, Bruno Gagliasso, Adriane Galisteu, Luana Piovanni e sua indescritível arrogância... Danielle Winits, Marcos Mion, enfim... são tantos!