05/03/2007

Arte popular


Muito já se escreveu sobre a relação entre futebol e arte. Nélson Rodrigues era um apaixonado pelo esporte e fez fama também como jornalista esportivo. Armando Nogueira talvez seja o maior expoente do romantismo esportivo. E tantos outros atualmente reclamam a coroa de poeta da bola. No entanto, apesar de respeitar os acima escritos, acho que a sensação exposta em qualquer texto ou narração não chega aos pés de certas emoções proporcionadas pelo futebol.
Qualquer tentativa desse tipo parece como alguém tentando descrever a um cego a profundidade de um Velázquez ou as pinceladas de um Van Gogh. E olha que não estou nem citando o Galvão Bueno. Vejam, por exemplo, o episódio de ontem. Assistir a certos dribles do Valdívia e aos gols do Edmundo no estádio é privilégio que nunca viverá o incauto que assistir ao jogo pela TV, muito menos o mais desprovido, que só tiver um rádio como fonte de informação. É algo similar ao que pudemos comprovar ao visitar Machu Picchu: você já viu, ouviu e leu tudo sobre o lugar, mas estar lá é uma experiência única inesquecível. Gritar, xingar, cantar e pular num clássico de futebol compõem uma catarse que nenhum escritor grego jamais concebeu. Viva o futebol-arte.
A inspiração do texto é óbvia: o chacoalho de 3 a 0 que o Verdão deu nos gambás. Mas a reflexão vale para qualquer pessoa que aprecia o futebol como momento de criação artística e tem a oportunidade de ver um bom espetáculo. A análise, porém, não vale para alguns jogos da seleção, principalmente na última Copa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Palmeiras? Ecat!
Mas, deixando de lado o fato de eu ser corinthiana (Timão ê ô), tenho minhas ressalvas sobre os benefícios e demais coisas q o futebol pode oferecer, mas, anyway, não é minha praia mesmo...

Anônimo disse...

Grande Dan!!!!
Otimo reconhecimento!!!
Esse e o verdadeiro valor do esporte brasileiro!!!
Se Nelson estivesse no estadio neste dia, diria em poucas palavras: "Com o Palmeiras e batata!"
Abracao meu veio