23/01/2007

Águas Passadas - III



- Allan bateu três vezes no portão metálico. Esperou mais alguns
minutos antes de bater novamente.
- A mesma resposta vazia.
Pensou em forçar o portão, mas acabou decidindo ir para casa. Se alguém
iria sentir falta daquele bar, esse alguém seria Allan.
Allan não poderia ser considerado um alcoólatra, na maioria das vezes que ia ao bar do Zé raramente passava da segunda garrafa de cerveja, mas a quase oito anos, o bar era a sua casa após as 18:30. Calça jeans, camisa de manga curta sem estampa aberta até o terceiro botão. Era assim que todos os dias Allan sentava-se no balcão de inox para tomar cerveja e fumar seu cigarro. Desculpas perfeitas para passar as próximas horas ouvindo as histórias e conselhos do Zé. Foi naquele bar que Allan cresceu. Zé conhecia o seu passado, do trauma da perda do pai ao 12 anos, e por isso, mesmo nunca declarando, sempre esteve pronto para receber Allan. Fosse aos 12 anos, com um guaraná, ou agora aos 26, com uma garrafa de cerveja.
(por Bruno V.)

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu