19/04/2009

1001 discos para baixar

Dica da querida Manu

Segue link de mega utilidade pública, na minha opinião. Para quem tem o programa Torrent em casa, fica bem fácil baixar.
Aproveitem, pois pelo que já vi por aí, esse link vai sair do ar rapidinho. Espalhem para os amigos que gostam de música!

http://nobrasil.org/1001-discos-para-ouvir-antes-de-morrer/


beijos
Manu

13/04/2009

Alto Paraíso

O parque da Chapada dos Veadeiros é um oásis de verde e natureza intacta no coração do Brasil, com cachoeiras de cair o queixo. Fica a 3h de carro de Brasília, em uma estrada que só complica no final, chegando a São Jorge, distrito de Alto Paraíso (GO). Tem lagos para se nadar à vontade e uma infinidade de plantas exóticas. A conservação é o grande destaque. Ninguém fuma naquela área imensa (só se for mato natural mesmo), ninguém joga lixo pelos cantos e todos se respeitam pelo caminho. É daqueles passeios em que você, tranquilamente, pode tomar água de um córrego que cortar sua trilha. O visitante paga só R$ 3,00 para entrar no parque e um grupo de até 10 pessoas paga R$ 60 para um guia (o que dá R$ 6 por cabeça) que leva até os pontos turísticos. Uma beleza. A água das cachoeiras revitaliza o corpo de uma maneira impressionante. Tanto que ao final de um dia de caminhada de mais de 10 km você está ainda legal. (sim, a foto é de um picasa qualquer, de parte da cachoeira Carioquinhas, que estava ainda mais cheia)

A palavra do dia é...

TOPOGRAFIA. Você se lembra do que isso seja? Claro que não! Mas eu vou te lembrar. Topografia era uma daquelas áreas de estudo da Geografia mais chatas, em que a professorinha te fazia desenhar picos, rios e vales na distância do ponto A ao ponto B. Mais ou menos como na imagem abaixo. Depois da sétima série, você, obviamente, nunca mais pensou que daria tanto valor a esse conhecimento. Pois eu te digo, viajante intrépido, que um perfil topográfico, quando apresentado no início de uma trilha, é como um mapa do tesouro, como um guia para o paraíso, uma chave para a felicidade! Sugiro a todos os pontos turísticos do mundo que adotem o modelo "Topografia aos incautos!" e parem de enrolar seus visitantes. Ou você nunca ouviu nego dizendo: "É suave. É subida no começo e depois só desce!" Malditos!!! Perdi a conta de quantas vezes fui enganado na vida em trilhas com subidas sem fim, caminhadas de horas e sem água no caminho. Bom, a inovação do perfil topográfico foi conhecida por mim no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso-GO, neste feriado. Logo, aqui, mais sobre a chapada. Sem fotos minhas, claro.


09/04/2009

Viajante solitario


Sempre que surge a oportunidade de viajar sozinha, eu fico pensando se vai ser divertido e nao entendiante...
E toda vez, quando chego no destino, lembro que carecer de companhia eh caracteristica do nosso povo. Nos outros paìses nao é assim. E eles se jogam pelo mundo, com um guia nas maos e muitas vezes sem ao menos falar o idioma.
De qualquer maneira, se voce quer se encorajar, aqui vao algumas dicas:

- fique em albergue - apesar do desconforto, ha gratas surpresas e a chance de encontrar alguem na mesma situaçao é maior
- v'a para grandes centros. Além de haver mais atividades e pontos turisticos, o simples fato de ficar sentada em um restaurante ou praça pode entreter por horas
- v'a quando estiver quente. Nada pior do que ficar sozinha no frio. E alem disso, no calor voce pode ficar horas deitada numa praça, lendo um livro ou apenas observando o movimento local (essa parte que eu mais gosto)
- leve sempre um livro, eles sao a melhor companhia, especialmente em longas esperar em estaçoes de trem
- por fim - esteja aberto para o novo. Principalmente para os "amigo-minuto" (terminologia do meu irmao para aqueles amigos que a gente faz em um ponto turistico e se despede no proximo)
Sobre esse topico, fiz amizade com um vietnamita que faz MBA na França! E o mais engraçado foi a cara de espanto dele quando eu disse que era do Brasil... Ha-ha-ha

Ah, a parte mais chata de viajar sozinha? Ter que pedir o tempo inteiro para alguéem tirar uma foto sua... To ficando cada vez melhor em auto-retrato!

08/04/2009

São Paulo Rock City


Por Beto Rando (ou wonkinha)

Ontem, dia 7, baixou o McFly e eu fui com a minha senhora conferir o show do Kiss no Anhembi. Bom, eu já tinha ido no de 99 (o 3D, inesquecível) e, antes, no de 94 (Monster, com os caras sem máscara) e desconfiava do que me aguardava lá.

Com mais de 30 anos, cara de tiozão e sem cabelos compridos, eu achei que o Kiss tinha deixado de ser uma banda para virar uma franquia de CDs de entrevista, DVDs, bonecos, camisetas, jogos e CD novo que é bom, nada. Acho que desde 2000 e pouco que eu não abria os CDs para ouvir.

Na hora em que o bandeirão caiu e a galera começou a gritar: “You wanted the Best, you got the Best. The hottest band in the world, Kiss" eu entrei numa espécie de transe. Quando os primeiros acordes de Deuce entraram nos meus ouvidos eles foram lá pro fundo da massa cinzenta e arrancaram (quase) todas as letras para eu cantar junto o show inteiro.

Os caras bateram nos três primeiros álbuns de estúdio, comemorando os 35 anos de lançamento do primeiro ao vivo, Alive. Os fãs mais caretas torceram um pouco o nariz para a nova formação e por achar que o repertório não precisava focar em apenas velharias, mas independente disso, um show do Kiss pode alucinar todo mundo que está lá assistindo. Inclusive eu que estava meio cético. É impossível não gostar de Gene Simmons cuspindo fogo e depois sangue. Ver o baixista sendo içado e tocando uma música no alto do palco só perde para ver Paul Stanley com mais de 50 anos pegando uma tirolesa e cantando num palco no meio da galera e a galera ensandecida cantando Rock and Roll All Nite. Foda mesmo.

Agora, para a molecada que paga pau para Little Joy e nunca teve chance de ver a banda de perto, a oportunidade é no mínimo incrível e quase atinge o orgasmático. Foi a única vez em 10 anos que eu me arrependi de ter cortado o cabelo.

O set list do show foi esse (eu acho):


* Deuce
* Strutter
* Got To Choose
* Hotter Than Hell
* Nothin’ To Lose
* C’Mon And Love Me
* Parasite
* She
* Watchin’ You
* 100,000 Years
* Cold Gin
* Let Me Go Rock’N'Roll
* Black Diamond
* Rock And Roll All Nite
* Shout It Out Loud
* Lick It Up
* I Love It Loud
* I Was Made For Loving You
* Love Gun
* Detroit Rock City

A febre digital

Falar de convergencia digital é chover no molhado. Mas o ponto em destaque é a febre das maquinas digitais.
As pessoas tiram 800 vezes mais fotos do que quando havia o rolo de filme. Me pergunto se essas pessoas efetivamente veem todas as fotos que tiram.
Para dar um exemplo, em uma igreja ha no minimo 347 bustos sacros para serem fotografados. Hoje, na minha frente, um japones (que tenho minhas duvidas sobre sua fé catolica) tirou foto de todos os santos e papas de marmore que apareceram pela frente.
Meus pais me ensinaram, desde criança, que muitas fotos a gente tem que tirar com a maquina fotografica da imaginaçao. Ela é bem mais autentica que qualquer outra - tem cheiro, som e fica guardada em um HD bem mais seguro. Abaixo aos excessos!

07/04/2009

TV de quem não tem TV

Desde que me mudei, há uns seis meses, não vejo quase nada de TV. Aliás, nem tenho TV em casa. A verdade é que nesse tempo todo senti muito pouco a falta da televisão. Mas duas coisas sempre me fizeram falta: esportes e os simpsons. Eis que no fim de semana meus problemas acabaram! No site Justin.tv você encontra uma série de canais para ver ao vivo, em tempo real, como se fosse TV. Nem precisa baixar programa nenhum, nem se cadastrar, como no joost. Você entra lá e abre uma telinha tipo a do youtube em que se vê tudo. A qualidade é razoável, mas acho que pecisa ter uma banda boa de internet. Consegui ver a corrida de F1 no fim de semana em tempo real. Além disso, me parece que tem lá até uns canais fechados, tipo Sportv. Mas o melhor é um canal com 24 horas de Simpsons. O tempo todo. Sem parar. Com programas novos todos os dias, um seguido do outro e sem intervalos. Consegui acessar em quase todas as tentativas, porque teve um dia que deu pau. Bom, é mais uma coisinha interessante que vem de graça na internet e que pode acabar logo, como foi o Pandora. Aproveite enquanto é tempo.

06/04/2009

A tal da Vila Romana


Nunca havia chegado tao distante.
O museu nao conta.
Ver de perto as ruinas do Forum Romano foi mais do que eu imaginava.
Imaginar as conversar nesses bosques, as brigas de poder, os meios de comunicaçao.
Eh mergulhar nas nossas origens. Eh ser piegas mesmo.
Roma eh tudo que diziam mesmo
Todas as ruas do meu bairro retratadas!
Seria o arco de Tito o radar de velocidade?

A sobrevivente

Ela nem imaginava.
Ela nunca tinha expectativa sobre quem seria seu companheiro de assento.
As poucas vezes que tinha esperado, tinha se decepcionado - gordos, velhos, loucos, faladores...
Dessa vez era diferente.
Ele era magro. Ela estava no meio de dois magros, o que deixa qualquer viagem mais facil.
O da direita falava no blackberry, mesmo com o aviao subindo.
Seria o teste se um telefone pode mesmo derrubar um aviao. Parecia uma criança, escondendo alguma coisa da mae.
O da esquerda remexia-se. Irriquieto.
Estalava os dedos, tentava dormir, passava as folhas da revista de bordo, tentanto fingir que as lia.
Ela observava e pensava.
Ela sempre se questionava se a gente sabia quando ia morrer. Se tinha algum sinal, alguma pista.
Ainda nao era o seu ambiente preferido. Estava longe disso.
E ela pensava, e pedia para os ponteiros passarem mais rapido.
E um vento favoravel fez com que o aviao chegasse 10 minutos mais cedo a Cannes. E ela agradeceu!

O atentado terrorista

Era mais um voo.
Mais uma tentativa de atentado.
Mas lhe faltava a coragem.
Lhe faltava a coragem para abandonar a vida.
O que ele mais queria era voltar para a Venezuela e ficar com sua latina caliente.
Mas as tradiçoes milenares nao permitiam.
Ele um designado.
Ou cumpria seu papel, ou sujava a honra do pai.
Aquele voo era para Cannes.
Era a oportunidade perfeita.
Um voo curto, cheio de empresarios e cheio de ocidentais.
Mas faltava-lhe a coragem.
Estalava os dedos.
Tomava uma coca-cola.
Tentava dormir.
Sorria para o companheiro de missao, que estava logo a frente.
O companheiro, entretanto, estava tranquilo.
Sua missao sairia de Cannes e explodiria em Lisboa.
O tempo passava rapido. E toda vez que pensava em levantar e fazer a brasileira à sua direita de refem. Aparecia uma linda imagem de Claudia - a venezuelana que conhecera em uma loja de departamentos em Oxford Street.
Ate que, por conta de um vento favoravel, o piloto chegou 10 minutos mais cedo ao seu destino.
E ele desrespeitou e honrou a sua familia.

03/04/2009

Metrô suspenso

O Metrocable é uma solução simples, barata e bonitinha de transporte público que poderia muito bem ser usada nos morros cariocas. Parece que o custo do quilômetro do bondinho é extremamente inferior do que a de um metro normal, fora que ele pode ser montado em subidas, não se desapropria ninguém e não precisa de tatuzão ou algo que o valha. O teleférico vai-e-volta sem parar e ele desacelera nas estações, para você entrar. Você entra nele em uma baldeação a partir do metrô normal. Cabem seis pessoas dentro, três de cada lado. O problema é o medo de descer em uma favela a se perder de vista (olha o fundo da foto). Eu fui... e voltei no mesmo, sem sequer descer.

Terra de Botero


Medellín também é a terra de Fernando Botero e é aí que a coisa fica bonita. Na praça que leva seu nome, esculturas estão espalhadas por toda a parte. Pesam (sem trocadilho) bastante em suas obras a presença dos nus femininos e dos animais. Na praça, localiza-se o Museo de Antioquia (Antioquia é o nome do Estado onde fica Medellin). Nele, o grande destaque são as obras do próprio Botero. Todos conhecem sua forma de representar qualquer tipo de objeto ou ser vivo em volumes imensos, de tal modo que todos parecem gordos ou distorcidos por uma lente convexa. Mas, sabe o que é o mais interessante? É que depois de ver tantas imagens dele, você passa a abstrair isso e parece atingir o seu objetivo que é perceber como as coisas têm um volume e uma existência real, mas muitas vezes não se movem. Não sei explicar direito, mas é algo que não se percebe em artes perfeitamente figurativas. Seus volumes dão destaque àquilo que ele quer exatamente destacar. Botero é um artista que valoriza os detalhes em sua obra. Tanto que não é raro notar em suas pinturas a presença de elementos menores, mas que dão um tom crítico ao que demonstra. E todos são criticados por suas obras: políticos, religiosos, traficantes, militares, etc... É um artista em perfeita sintonia com o mundo contemporâneo, de figuras distorcidas e toques bem humorados.

Sobre Medellín

Cada vez que visito uma nova cidade da América Latina mais me impressiono sobre como elas são parecidas. Durante os primeiros dias em que trabalhei em Medellín, Colômbia, circulei entre a parte absurdamente chique da cidade: o bairro El Poblado. Tudo era seguro e tranqüilo, dada a presença de políticos de todo o mundo numa conferência. Lá no evento, acesso total e ilimitado ao melhor café colombiano, da rede Juan Valdez, que é conhecido como o melhor do mundo – não discordo do bom gosto do café, o problema é que parece que eles coam mais fraco do que nós. A comida local, infelizmente era fraquíssima. Quando fui a um restaurante indicado como o melhor de comida típica, não vi nada de mais (muito porco, banana e abacate na comida). Era tipo um América. O local dos bares era interessante; todos eles reunidos em volta de uma praça, onde soava reggaeton em todo canto. Mas, até aí, nada muito diferente de Pallermo, em Buenos Aires ou a Vila Madalena e o baixo Gávea. Após o fim da conferência, foi a manhã que tive para conhecer a cidade real: muita pobreza, lixo nas ruas, mendigos e camelôs. Havia até uma favela imensa, que se perdia de vista, mas com o charme do metrocable, um metrô suspenso (logo mais, falo sobre ele). Nesse passeio, ouvi até de um taxista que, durante a conferência, levaram todos os mendigos a uma “finca” e abafaram ameaças de bomba durante o evento. Aí deu um pouco de medo porque percebi que, durante a assembléia, passaram um pó de arroz e um baton em toda cidade, para maquiá-la aos gringos – mais ou menos com o que se fez ao Rio em 92. Sim, se você lembrou, é a terra de Pablo Escobar, do narcotráfico, do cartel e de um braço das Farc... Mas deu tudo certo. Afinal, estoy aqui, de volta da terra da Shakira.