03/04/2009

Sobre Medellín

Cada vez que visito uma nova cidade da América Latina mais me impressiono sobre como elas são parecidas. Durante os primeiros dias em que trabalhei em Medellín, Colômbia, circulei entre a parte absurdamente chique da cidade: o bairro El Poblado. Tudo era seguro e tranqüilo, dada a presença de políticos de todo o mundo numa conferência. Lá no evento, acesso total e ilimitado ao melhor café colombiano, da rede Juan Valdez, que é conhecido como o melhor do mundo – não discordo do bom gosto do café, o problema é que parece que eles coam mais fraco do que nós. A comida local, infelizmente era fraquíssima. Quando fui a um restaurante indicado como o melhor de comida típica, não vi nada de mais (muito porco, banana e abacate na comida). Era tipo um América. O local dos bares era interessante; todos eles reunidos em volta de uma praça, onde soava reggaeton em todo canto. Mas, até aí, nada muito diferente de Pallermo, em Buenos Aires ou a Vila Madalena e o baixo Gávea. Após o fim da conferência, foi a manhã que tive para conhecer a cidade real: muita pobreza, lixo nas ruas, mendigos e camelôs. Havia até uma favela imensa, que se perdia de vista, mas com o charme do metrocable, um metrô suspenso (logo mais, falo sobre ele). Nesse passeio, ouvi até de um taxista que, durante a conferência, levaram todos os mendigos a uma “finca” e abafaram ameaças de bomba durante o evento. Aí deu um pouco de medo porque percebi que, durante a assembléia, passaram um pó de arroz e um baton em toda cidade, para maquiá-la aos gringos – mais ou menos com o que se fez ao Rio em 92. Sim, se você lembrou, é a terra de Pablo Escobar, do narcotráfico, do cartel e de um braço das Farc... Mas deu tudo certo. Afinal, estoy aqui, de volta da terra da Shakira.

Um comentário:

fevio disse...

querido, que saudades de vc! Adorei os posts. Quando voltarmos conversaremos mais. Estou na Itália e cá entre nós, caótica... beijos