31/03/2008

O caminho do rock

O filme "I’m not there" (citado posts abaixo) tem talvez o seu auge na migração de Bob Dylan para as guitarras plugadas e o rock’n roll. A cena em que Cate Blanchet aparece fuzilando uma platéia despreparada é a representação perfeita de uma metáfora. Não consegui encontrar exatamente a citação de Dylan para esta fase apontada no filme, mas é algo do tipo “tinha tanta gente fazendo folk que isso já não era uma transgressão, que na época se tornava possível apenas pelo rock”. A receita permanece a mesma nos tempos atuais. O Ney, na semana passada, foi mais um cantor de MPB a abraçar de forma mais intensa o rock. Não que nunca tivesse pestanejado ou mesmo inovado no segmento, mas ele parecia tê-lo deixado na gaveta por um bom tempo. Experiências recentes também foram vividas por Caetano Veloso (no Cê) e até o Chico (Ney canta o rock do rato no novo show, que faz parte do último CD do Chico). Essas atitudes mostram que o caráter transgressor do rock’n roll permanece desde os tempos de Elvis e Dylan até hoje, sendo um caminho natural em determinado momento de qualquer músico inovador. O problema é a fronteira entre o rock e o pop besta e pegajoso (pelo que o Ney pode ter-se deixado levar), mas, como diz o Ro, o importante é estar sempre inovando. E só erra quem inova e cria.

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